Estas são as questões que mais vezes me põem.
1 - "A amniocentese dói? Vou fazer uma e estou com muito medo".
Esta foi a minha terceira amniocentese e posso dizer que não. Quer dizer, sente-se uma picada, uma espécie de pequeno choque eléctrico na barriga. Mas é pequena e passa logo. É apenas no momento da picada. Depois, enquanto o líquido amniótico está a ser puxado pela seringa, não dói absolutamente nada. Se faz impressão? Faz um bocadinho. A mim dá-me sobretudo medo que os bebés se armem em exploradores e sejam picados. O Martim foi esperto e ficou quietinho que nem um rato, bem encolhido. Já a Madalena parecia doida. Andava às piruetas e mortais encarpados lá dentro e eu estava sempre a ver quando é que ela acabava no espeto. Baby M também estava inquieto e o Dr. Fernando Cirurgião até lhe deu um empurrão, para ele sair de cena. Para mim, essa é a parte pior. Mais do que a dor, que é muito pouco relevante.
2 - "Já fiz 3 cesarianas e a minha médica desaconselha uma 4ª gravidez. Como foi consigo?"
Comigo foi assim: nenhuma das cesarianas foi por opção. Aconteceram, com muita pena minha, que sempre quis um parto natural. Mas já me resignei e a pergunta não é essa. Quando tive a Madalena, o meu médico perguntou se queria laquear as trompas. E eu, que sempre sonhei em ter uma família grande, disse-lhe que não. Ele percebeu o recado. E esteve a coser-me pacientemente, reforçando a zona dos cortes, de tal maneira que o anestesista até exclamou: "Ó Dr! Devia assinar esse bordado inglês, que isso está aí uma maravilha!"
Quando começámos a pensar num 4º filho, fiquei com medo. E se eu rebento pelas costuras (literalmente)? Falámos com o médico e ele tranquilizou-nos. Sempre avisou que teria de ser uma gravidez mais calma, nada daquelas parvoíces de andar a cruzar o país de uma ponta à outra até ao 9º mês, como quando foi da Madalena. Que não posso ter contracções, sob pena de forçar as costuras e elas poderem, efectivamente, ceder. Mas sempre que me dá o medo, ele sorri: "Então? Esta é SÓ a quarta cesariana!"
Ainda assim, acho que só o médico de cada mulher pode avaliar. O meu conhecia o meu útero e esteve propositadamente a reforçá-lo, na cesariana anterior. Se ele tivesse achado que ele já não aguentava mais, teria sido o primeiro a demover-me. É claro que um útero pode sempre romper. Mas eu conheço quem tenha tido uma ruptura logo à segunda gravidez! Por isso… tudo depende de cada corpo. Vamos ver se o meu se aguenta.
