Eles só servem para enlouquecer as grávidas.
Reparem: uma grávida é um ser inquieto. Ansioso. Em suspense. Uma grávida sabe que está incumbida de uma tarefa maior, grandiosa, imensa: ela está a cozinhar um ser humano. Caramba! Há lá trabalho mais incrível do que esse? Mas o pior é que o cozinhado está no forno e o forno não se pode abrir para espreitar se já está no ponto, se está a ficar queimado, mole, abaulado, mirrado, uma treta do piorio, incomestível, um lixo, uma desgraça. Uma mulher grávida é um forno fechado durante 9 meses e vive com a angústia de saber se estará a correr tudo bem com a cozedura.
E depois vem um foco manhoso e pronto. Dá cabo do resto. Não se ouve o coração do ser humano a ser cozinhado. "Ah, mas não se preocupe que esta máquina geralmente só dá para ouvir o coração lá pelas 18, 19 semanas…" E a grávida ouve aquilo, semicerra os olhos e pensa: "Então para que é que me espetaram com ele na pança, buscando sons que sabiam à partida não serem audíveis? Hummmmmm…. estão-me a enganar. Devia poder ouvir-se, caso contrário não se metiam nisto de mandar deitar, destapar a barriga e andar ali a fuçar, a fuçar, a fuçar. Nah… há aqui gato."
Bom. Posto isto, lá foi ela com a credencial da caixa fazer uma ecografia, só assim naquela de dar uma olhadela, a ver se ainda havia coração a bater (e o resto, de preferência).
E havia. Um coração a bater depressa e um baby M a dar piruetas e solavancos e a levantar um braço, como que a dizer "Alôoooooo! Escondi-me outra veeeeeeez! Não sou uma graça?"
Baby M, baby M… se já me deixas neste estado dentro do forno, o que será quando estiveres cá fora?