Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Sábado

Acordar, levar o miúdo do meio ao jogo de sábado, contra o não sei quantos da Pontinha. Mãe artilhada de cachecol do clube (se é para ser dona Dolores, é para ser dona Dolores em bom, com tudo a que uma mãe tem direito), "vai Martim, chuta, vai-te a eles!" e coiso, mas a cabazada foi das grandes, 11 a 5, e o miúdo a controlar o choro no fim da partida, calma puto, não chores aqui à frente dos outros, respira fundo, amanhã será melhor.
Sair dali a correr, ir dar banho ao jogador triste, vesti-lo, voar para o restaurante onde a boadrasta aniversariante (60 anos e ninguém diria) já estava à espera para o almoço-festa, pedir que a refeição do mais velho viesse mais depressa que a dos outros, que o atleta tinha de estar no clube às 13h45 para o jogo das 15h, sair ele e o pai a correr, voltar o pai para o almoço. Almoçarmos todos juntos, depois seguimos para casa do pai e da boadrasta para o bolo, o Ricardo sai de cena (de novo) para ir ver a segunda parte do jogo do mais velho e para, depois, trazê-lo para a continuação das festividades (o pobre também perdeu o jogo, foi um fim-de-semana negro para o clube dos meus moços).
Cantámos os parabéns, bebemos uma taça de champanhe, rimos com histórias de pergaminhos anormalóides, tudo isto com a minha irmã, cunhado e sobrinho que vieram passar o fim-de-semana (e tão bom que foi).
Saímos dali e fomos todos para Caxias, dar um grande beijo de parabéns à querida Raquel Brinca, pelos 5 anos da sua HUG. Gosto tanto dela, tanto, e era impensável não ir lá dar-lhe um abraço apertado e festejar esta importante data.
Novo voo, para casa. Jantar depressa e aperaltarmo-nos para o concertos dos rapazes, no Teatro Armando Cortez. Família a caminho, rapazes de guitarras às costas, espectáculo a começar às 22h, mãe de lágrima no olho (ah, um filho se um filho no palco comove, dois comove ao quadrado), pai a filmar, avós a disfarçar a baba. E pronto. Tocaram muito bem, todos concentrados, foi logo a primeira música mas o show anual da escola durou até à meia-noite e um quarto, com actuações incríveis.
Quando chegámos a casa, estávamos mais ou menos como se tivéssemos sido atropelados por mais um sábado hiperactivo.
Os rapazes estão do lado direito - um de verde, na primeira fila, 
o outro de encarnado, um pouco mais atrás.


A actuação

Os agradecimentos finais

Jantar-nostalgia

Tive uma produção fotográfica à tarde, de maneira que cheguei atrasadíssima ao jantar dos meus amigos de adolescência. A única coisa boa foi ter ido devidamente maquilhada e penteada por mãos profissionais, nem tive que me chatear com isso. Cheguei e já estavam todos, tantos, olha o Luís, olha a Mafalda e a Rita, olha a Sara, a Vanda e a Verónica, o Pedro, o Paulo, o Tó, o Hugo. Depois veio o Tiago, o Filipe, a Filipa, a Matilde, a Marina… tantos, tantos, tantas recordações. Passámos o jantar a relembrar dias que ficaram lá para trás, pessoas que já não víamos há uma vida. Eu voltei a constatar que tenho uma memória de peixe, com toda a gente a perguntar indignada "como assim, não te lembras disto, não te lembras daquilo???" e eu de orelha baixa a confessar que não, não me lembrava de muita coisa. Mas do que é mesmo importante lembro. Lembro de como esta gente foi essencial no meu crescimento, de como estes amigos foram incrivelmente importantes naquela fase (longa) da minha vida, das aventuras que vivemos, das noites que passámos, das parvoíces que fizemos, dos momentos muito sérios que ultrapassámos. O Tiago disse um comovido, "vocês foram tão importantes para mim, foram tão estruturantes na minha vida…" e eu a achar que era bom alguém verbalizar justamente aquilo que eu estava a sentir.







Foi pena não termos nada definido para depois do jantar. Eu tinha-me lembrado de irmos a um lugar muito especial para nós, naqueles tempos, mas foi uma ideia que surgiu muito em cima do acontecimento. Pode ser que no próximo jantar dê tempo para organizar uma noitada como deve ser. E pode ser que no próximo jantar sejamos ainda mais - porque mesmo assim faltou muita gente importante.