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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Hotel Babilónia: 5 anos

Amanhã não há jogo de manhã. Não há jogo à tarde. Não há jantaradas, nem correrias desenfreadas. Há pouco, o Ricardo perguntava: "a sério que não temos nada?" Respondi que temos, a festa de aniversário do filho da nossa querida amiga, mas tirando isso, nada. Nadinha. E ele: "de certeza? Não nos estaremos a esquecer de nada?" E eu que não, que era finalmente sossego. Que se quisesse ainda se podia marcar qualquer coisa, um almoço, um jantar, uma borga qualquer. Guinchou: "Nãooooo! Quero descansar!"
Eu também quero. Queria. Dormir toda a manhã. Até que vi isto… e fiquei aqui a pensar que, se calhar, vou ter de acordar mais cedo e pôr os pés a caminho de Campo de Ourique.

As ciumentas

As mulheres ciumentas topam-se à légua. Basta conhecer os namorados ou maridos para perceber se têm, ao lado, uma mulher insegura. Por exemplo, no outro dia fui a um jantar e notei que faltava um elemento. Perguntei por ele e alguém respondeu: "ah, como não era para trazer a cara-metade ele não pôde vir". Não pôde? Como, não pôde? "Ah… pois… é que a mulher é um bocado fera e ele não pode sair sem ela." Glup. "Não pode sair sem ela"? Porque é que fico sempre com a sensação de que se trata de uma relação condenada? 
Outra maneira simples e linda de se topar uma ciumenta, mesmo que não faça parte das nossas relações, é através do facebook. Se um amigo nosso faz "gostos" (ou likes, como prefiram) em tudo quanto é coisa de homem e nem um nos posts das mulheres… temos garota insegura no pedaço. Ou quando responde torto a um comentário singelo que uma amiga lhe deixa (ou nem sequer responde)… é certinho: há mulher susceptível a escrutinar todos os gestos, acções, frases ou… likes.
Eu já fui ciumenta, mas foi há uma vida. Acho que era ciumenta porque era uma miúda, por não saber bem o que queria, por achar que, eu própria, podia prevaricar a cada curva (o normal, nas idades da descoberta). No fundo, por imaturidade. Hoje não sou. Claro que se o homem principiasse a falar todos os dias e a todas as horas de uma flausina em particular era capaz de não ficar satisfeita. Mas fora isso, deixei-me de ciúmes. Sei que não há nem haverá nada que eu possa fazer para evitar uma escorregadela, se ela tiver que acontecer. O que posso fazer é o que faço: alimentar a nossa relação, apimentá-la, regá-la todos os dias. Se tiver que aparecer uma loira boazuda para me levar o bicho (ou uma feiosa interessante)… ela aparecerá e eu bem posso espernear e comprar-lhe uma trela e um açaime e um cinto de castidade, que ele vai embora à mesma. Por isso, custa-me um bocadinho compreender que haja relações tão frágeis que impliquem que um impeça o outro de fazer, de sair, de ser, fora da relação a dois. E acabo sempre a achar que a mulher que o faz é porque, das duas uma: ou tem uma auto-estima muito esfrangalhada, ou está sempre (ela própria) à beirinha de escorregar para outra cama qualquer. 

Carnaval (ainda)

Há uma imagem que não me sai da cabeça. Ontem, quando fui levar o disfarce de indiana à Madalena, estava um menino vestido de fato-de-treino com as mãos coladas ao vidro, enquanto atrás dele havia um verdadeiro arraial de mascarados. Ele tinha uma expressão entre o apavorado, o triste, e o perdido. Eu passei, aparentemente sem dar muita importância à coisa, mas aquele olhar perseguiu-me o resto do dia (e até hoje).
Não sei a sua história. A Mada contou que havia um menino da sala dela, por exemplo, que não foi mascarado porque tem medo de se mascarar (não deixa de ser interessante, o medo do não reconhecimento do eu). Também sei que há pais que odeiam mais o Carnaval do que eu e que decididamente optam por não mascarar os filhos - mas isso faz-me alguma confusão, tenho de confessar. Como se sentirá um miúdo vestido "à civil" quando todos os outros encarnam personagens? Como se sentirá vendo os amigos com fatos tão giros (que os há), podendo fazer de conta que são cavaleiros, dragões, princesas, heróis, e eles ali tão cingidos à sua normalidade?
Hoje foi a vez do Martim se transvestir. Disto, que é uma mistura de Punk, dread, rebelde, coiso. Sim, é todos os anos a mesma coisa, porque o Martim é aquele que não gosta de mudanças.

Bronquiolite: um mundo que ninguém precisava de conhecer

Hoje o meu querido sobrinho faz 6 meses. E o seu "presente" foi uma bronquiolite, coitadinho. A noite passada no hospital, a fazer nebulizações, com febre, aflito, e eu que sei tão bem o que custa ter um bebé doente, que tive o meu Martim tão mal logo aos 2 meses, internado uma semana inteira, com os níveis de oxigénio tão em baixo, e a partir daí foi até aos 3 anos (o primeiro ano fui à Estefânia praticamente todos os dias). Por isso, mana do meu coração, desejo que o príncipe fique bom depressa. Pobrezinho… foi à creche 3 dias e deu nisto. Não é à toa que tantos chamam infectário ao infantário.

Há dias em que uma mãe fica contente (e muitos outros em que não fica, que esta mãe não é das que só vê qualidades)

Perguntei ao Martim se ele sempre tinha falado com a professora.
- Falei. Esperei que ninguém estava a ver, fui ter com ela e disse-lhe: "Anda toda a gente a chamar nomes ao M. Pode ajudar-me?"
- E ela?
- Perguntou: "Que nomes?" E eu disse. E então ela respondeu: "Ok, Martim, eu vou ajudar."
- Boa! Ainda bem, fico muito contente.
- Eu disse-lhe que eu, o J. e o M. estávamos juntos nisto de defender o M. Mas com a ajuda dela vai ser melhor.
- Pois vai. Foste maravilhoso e eu estou muito orgulhosa de ti.

Gostar do que se faz

Ontem deixei os miúdos na guitarra e fui com a Madalena ao Colombo. Pela primeira vez aluguei um daqueles carrinhos enormes onde eles vão ao volante e a gente, ao menos, tem-os ali entretidos sem se queixar das pernas. Fomos tirar fotografias para as matrículas na escola e comprar o presente do amigo, que faz anos hoje. E tenho de dizer isto: fomos atendidas, na Imaginarium do Colombo, pela melhor funcionária que já alguma vez nos atendeu. Ela deixou a Madalena passar o leitor do código de barras no produto, sentou-se no chão com ela a fazer o embrulho, disse-lhe ao ouvido o valor do presente para eu pagar (como se fosse a Mada a trabalhar ali), e ainda lhe deu um crachá, no final. Senhores da Imaginarium, tratem bem a Marta Pereira (andei numa luta com o olhar para conseguir ver o nome que ela trazia num cartão, ao peito). Tratem-na bem porque têm ali uma pessoa como deve ser.


Mayday, mayday

Ainda ontem tinha estado a ler a circular do colégio, e verifiquei que o dia para ir mascarado era sexta-feira. Tudo na paz do senhor, Martim e Madalena, que por coincidência têm hoje ginástica, foram vestidos com os respectivos fatos-de-treino, o pai levou-os, a mãe ficou a tomar o pequeno-almoço. Daí a 20 minutos, o telefone. Era o Ricardo:
- Mega urgência, mega urgência!
- Ai, credo! O que foi? Um acidente? 
- Não! Todos os miúdos da infantil estão mascarados! 
- Ai… merda.
- Podes cá vir mascará-la?
- Posso, posso. Vou já.

De maneira que peguei nas tralhas, maquilhagem e roupa escolhida e tal, vesti umas calças de ganga e enfiei uma camisola pela cabeça abaixo e voei para a escola onde, de facto, estava tudo num forrobodó. Cruzei-me com 340 princesas, 250 fadas, algumas Minnies, vários super-homens, mais uns quantos índios, cowboys, polícias, ursinhos. Pedi para chamarem a Madalena - ainda apenas uma miúda de fato-de-treino, atordoada no meio de tanta gente conhecida mas estranha - levei-a para o refeitório e, em 10 minutos, converti-a numa pequena indiana (trouxe o fato da Índia, pois claro). Queria fazer-lhe o bindi (pontinho na testa) em encarnado mas ela preferiu em preto (constato agora, ao ver a foto, que ficou um bocado grande demais, mas foi a pressa). E assim ficou mascarada, com um pequeno delay e as desculpas da mãe que, pelos vistos, leu a circular do Martim a achar que era igual para todos.

CABUM! Tímpano pelos ares

Martim chora, aos gritos, com uma otite. Guincha e guincha.
Deito-me ao seu lado e digo.
- Martim, calma. O antibiótico e o brufen já fazem efeito... já passa. Deve ir haver uma perfuração do tímpano… geralmente tinhas essas dores horríveis, quando eras mais pequeno, pouco tempo antes de rebentar o tímpano.
- Ahh… E dói?
- Não. Sentes uma água a sair do ouvido e um grande alívio quando aquilo rebenta.
- … e faz barulho?

(a gargalhada que eu dei é que fez barulho - realmente, o verbo "rebentar" traz associada a ideia de estrondo - o que seria o tímpano a fazer CABUM! Ahahahahahaahah!)

Boa noite!

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