«
Não sei bem como dar início a este e-mail... Talvez porque seja uma situação tão delicada para mim, para nós, talvez porque não saiba a quem me estou a dirigir, talvez por tudo, ou talvez por nada. Escrevo-vos na tentativa de buscar ajuda no desconhecido, na tentativa de angariar e multiplicar esperança. Deste modo, gostaria de partilhar consigo, quiça com o mundo, a história da pessoa da minha vida.O Vitor é o meu namorado e é, sem sombra de dúvida, a melhor pessoa que conheço. É a pessoa que fala com o olhar, que se expressa com o coração e, muitas vezes, sem a necessidade de dar uso às palavras. É a pessoa que eu achava não existir. É a pessonalização da doçura, da bondade, da verdade, dos sonhos reais. É o rapaz cujo número de amigos é impossível de contabilizar. É a pessoa com quem tenho de parar na rua porque alguém lhe quer dar um abraço sem aparente motivo – talvez porque o seu olhar fale, por si só. Descobrimo-nos sem que ambos tivessémos consciência da importância que havíamos de conquistar na vida um do outro. Eu, que não acredito em acasos, sinto que este foi o “acaso” da minha vida e aquele que eu precisava para coseguir dar o salto até à felicidade.
Juntos, temos conseguido descobrir o mundo e vê-lo com um olhar distinto e equiparável apenas ao sabor da certeza do que é Amar. Hoje, e juntos – como sempre, temos em mãos algo menos bom e é esse o motivo que me leva a recorrer a si, pedindo-lhe ajuda na divulgação da história que partilho. O Vitor, o Amor da minha vida, tem um síndrome raro cujo nome é Síndrome de Paraganglioma e Feocromocitoma. Em suma, falo-lhe de algo raro que provocas lesões não mais comuns – tumores. Em 2009 surgiu o primeiro (com anos de evolução que só depois foi possível constatar) e no ano que agora terminou, 2013, surgiu o segundo. A resolução do primeiro foi morosa e difícil... Terminando com a ausência de funcionalidade de um dos seus rins. Hoje temos em mãos algo igualmente difícil. Este tumor localiza-se na zona da sacro e tem uma resolução ainda mais complexa: a cirurgia foi planeada mas posteriormente colocada fora de hipótese devido à possibilidade de consequências graves. Na semana passada, em consulta médica no Hospital de Santa Maria, a médica decidiu ainda que a quimioterapia podia "esperar" mais um tempo, uma vez que o Vitor neste momento se encontra bem e sem dores.
Recentemente, tomámos conhecimento da existência da Clínica do Dr. Thomas Nesselhult e do tratamento com células dendríticas. Surgiu-nos, aqui, a esperança perante a vida, perante a resolução. Após questionarmos acerca da quantia necessária para a possível cura do Vitor, foi-nos dito que esta rondaria os 50.000 € - quantia essa que não temos. Actualmente estamos a realizar inciativas (realizou-se no Sábado passado uma Noite de Fados na nossa aleia – Raposa (Santarém), na qual conseguimos angariar cerca de 4000€, e mais prevemos realizar, no entanto, é muito dificil conquistar um valor tão alto em pouco tempo.
Deste modo, é com humildade que estamos a enviar estas palavras no sentido de pedir ajuda na conquista de dinheiro com o intuito de conquistar saúde para o “nosso” Vitor. Seria possível ajudar-nos de alguma forma? Caso a ajuda monetária não seja possível, a ajuda na divulgação já seria uma mais valia para nós. Para a troca temos apenas o nosso agradecimento, em privado e em público (nos eventos e nas entrevistas dadas), e os nossos sorrisos verdadeiros. Pode parecer pouco... Mas é o mundo – o nosso mundo. Amanhã estaremos na SIC, no programa da manhã, a apelar à ajuda de todos e de cada um. A apelar à boa vontade e à vida.
Antecipadamente, gostaria de agradecer com todo o meu coração, aquele que nesta passagem de ano recente estava colado ao do Vitor e pediu um único desejo multiplicando-o por doze: saúde para o Vitor. É só isto que nós queremos: saúde. É só isto que nós queremos: ser normais. Porque ser normais e viver com saúde e amor é tudo o que toda a gente precisa para ser feliz.»
Boa sorte, Tânia e Vítor. Toda a sorte.