Inspira… expira… inspira… expira...
O Nuno Ferreira não gosta de Calimeros. Eu não sei quem é o Nuno Ferreira mas suspeito que não gostaria dele, se acaso o conhecesse (ele também não gostaria de mim, que tenho a estúpida mania de "dar palco aos oprimidos")
O Nuno Ferreira diz que os emigrantes são uns chorões. Que saem do país e que choram sem razão, os parvos. Só por deixarem a mamã para trás, e os amigos, e a vidinha que tinham, os palermas.
O Nuno Ferreira só gosta dos que já tinham cá empregos bons e que partem à procura de melhor. Esses sim, são uns valentes, uns verdadeiros descobridores dos tempos modernos. Os outros, os que não encontraram trabalho por cá (ele acha que eles não quiseram foi trabalhar), são uns tristes. E os jornalistas que lhes dão páginas de jornais ou espaço nas televisões são outros imbecis que adoram "dar de beber a um povo a salivar por histórias de fracos e oprimidos".
O Nuno Ferreira, pelos vistos, não conhece o mesmo país que eu. Porque eu tenho conhecido muitas pessoas que emigram simplesmente porque não têm qualquer hipótese de sobrevivência por cá. Ou pelo menos uma sobrevivência digna. E saem com dignidade, mas sim, com lágrimas nos olhos. Porque não queriam sair e tentaram de tudo, antes de largarem "a vidinha" que por cá faziam. Uma vida cheia de dificuldades, de contas para pagar, de desesperança, de não poderem ter filhos porque nem dinheiro tinham para pagar uma renda.
Eu não sei quem é o Nuno Ferreira que não gosta de Calimeros. Mas suspeito que ele sabe pouco da vida para falar assim. Talvez não lhe fizesse mal uma liçãozinha. Talvez um dia destes o vejamos a soluçar num aeroporto, feito Calimero. Talvez ele não emigre (o que é uma pena) mas talvez emigre alguém que ele ame. Tenhamos esperança: a vida, muitas vezes, tem a justiça de fazer cair em cima de quem cospe para o ar a sua própria cuspidela. Tenhamos esperança.
(ler a crónica do rapaz AQUI)
O Nuno Ferreira diz que os emigrantes são uns chorões. Que saem do país e que choram sem razão, os parvos. Só por deixarem a mamã para trás, e os amigos, e a vidinha que tinham, os palermas.
O Nuno Ferreira só gosta dos que já tinham cá empregos bons e que partem à procura de melhor. Esses sim, são uns valentes, uns verdadeiros descobridores dos tempos modernos. Os outros, os que não encontraram trabalho por cá (ele acha que eles não quiseram foi trabalhar), são uns tristes. E os jornalistas que lhes dão páginas de jornais ou espaço nas televisões são outros imbecis que adoram "dar de beber a um povo a salivar por histórias de fracos e oprimidos".
O Nuno Ferreira, pelos vistos, não conhece o mesmo país que eu. Porque eu tenho conhecido muitas pessoas que emigram simplesmente porque não têm qualquer hipótese de sobrevivência por cá. Ou pelo menos uma sobrevivência digna. E saem com dignidade, mas sim, com lágrimas nos olhos. Porque não queriam sair e tentaram de tudo, antes de largarem "a vidinha" que por cá faziam. Uma vida cheia de dificuldades, de contas para pagar, de desesperança, de não poderem ter filhos porque nem dinheiro tinham para pagar uma renda.
Eu não sei quem é o Nuno Ferreira que não gosta de Calimeros. Mas suspeito que ele sabe pouco da vida para falar assim. Talvez não lhe fizesse mal uma liçãozinha. Talvez um dia destes o vejamos a soluçar num aeroporto, feito Calimero. Talvez ele não emigre (o que é uma pena) mas talvez emigre alguém que ele ame. Tenhamos esperança: a vida, muitas vezes, tem a justiça de fazer cair em cima de quem cospe para o ar a sua própria cuspidela. Tenhamos esperança.
(ler a crónica do rapaz AQUI)