Não lhes bastava estarem proibidas de conduzir, de viajarem sozinhas e de receberem salário (já para não falar de terem de andar tão tapadas que nem os olhinhos se lhes vêem), as mulheres na Arábia Saudita estão agora proibidas de… andar de baloiço. A Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício acredita que esta prática pode levar os homens a terem ideias "pecaminosas" e a abusarem sexualmente delas. (looooooongo suspiro) Até para nascer é preciso sorte, caraças.
Esta notícia fez-me lembrar deste maravilhoso video da Porta dos Fundos:
O fotógrafo Peter Hegre fez umas imagens incríveis da sua mulher, professora de ioga, nas posições mais perfeitas… a nu. O resultado é sensual, forte e muito bonito (apetecia-me usar a palavra "belo" mas não consigo usá-la sem achar que fica muito pimbalhão e as fotos não o merecem). Ver mais AQUI.
Nas últimas duas semanas tem sido assim. Depois de um dia de trabalho, duro, depois dos afazeres com os miúdos, brincar, levar ao futebol, à guitarra, banho, jantar, história, depois disso sentamos-nos os dois no sofá da sala com os respectivos computadores, a trabalhar até às 2h ou 3h da manhã. Às vezes é preciso um estar a cabecear para o outro dizer: "Anda, já chega". No dia seguinte, às 6.50, o despertador toca e começa tudo outra vez. É um abuso. É. Mas há alturas em que só assim é que é possível. No meu caso, podia aceitar menos coisas, trabalhar menos. Mas depois gosto de ir de férias para lugares bonitos, gosto de proporcionar aos meus filhos coisas boas, gosto de sentir que faço muitas coisas, diferentes, que me realizam (saudades nenhumas de fazer sempre a mesma coisa), gosto de pôr uma cenoura à frente do nariz e planear viagens para este ano. Gosto de respeitar a sorte que tenho por ter trabalho, um bem quase raro nos dias que correm. Gosto de pensar que, se me falhar uma colaboração ainda tenho muitas outras, que não me deixam na mão. Acho que contribuiu muito para isso uma história que o meu marido me contou, há muitos anos, sobre as agências de publicidade pequeninas que, de repente, ganhavam uma conta absolutamente gigante, tipo a Coca-Cola. E ficavam de tal modo excitadas com aquilo que se dedicavam a 200% àquela conta, para corresponderem às expectativas e para não perderem o privilégio de terem tão grande conta. Um dia, claro, e porque nada é eterno, a conta ia-se. E, com ela, ia a agência pelo cano abaixo. Tinha-lhes servido de pouco tanta dedicação exclusiva. E acho que esta história me serviu de lição: mais vale ter muitas coisas na mão e fazer o esforço suplementar, do que ficar contente apenas com uma. Além de que, a bem dizer, é muito mais enriquecedor e até divertido. E, vá, tenho de ser sincera: gosto mesmo muito de trabalhar assim à bruta. Queixo-me, há dias em que estou esgotada e tenho muita vontade de chorar, maldigo a minha sorte e juro que não volto a aceitar tanta coisa ao mesmo tempo, mas depois, nos dias em que tenho menos para fazer, parece que me sinto um bocado parva, meia sem jeito, parece que nem sei muito bem o que fazer com o tempo que me sobra, que sou uma inútil que para ali anda. Sim, ser workaholic deve ser isto. Agora… que me vai saber bem sossegar depois desta maratona… isso vai. Está QUASE!