Curioso… nunca tinha pensado nisto. E faz todo o sentido, até se pensarmos na realidade portuguesa
«É nos momentos piores que corremos. Houve três momentos em que a América viu a corrida de fundo disparar em popularidade, e foram sempre durante uma crise nacional. O primeiro boom ocorreu durante a Grande Depressão, quando mais de 200 participantes marcaram a moda correndo 25 quilómetros por dia na Grande Corrida Transcontinental. A corrida entrou, em seguida, num estado vegetativo, e regressou em grande no início dos anos 70, quando nos debatíamos com a recuperação do Vietname, a Guerra Fria, os motins raciais, um presidente criminoso e os assassínios de três líderes amados. E o terceiro boom da corrida de fundo? Um ano depois dos ataques de 11 de Setembro, a corrida de corta-mato tornou-se, de repente, no desporto ao ar livre de maior crescimento no país. Talvez seja uma coincidência. Ou talvez haja um gatilho na psicologia humana, uma resposta pavloviana que activa o nosso primeiro e maior instinto de sobrevivência quando sentimos os predadores a aproximar-se.»
in "Nascidos para Correr", Christopher McDougall