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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Curioso… nunca tinha pensado nisto. E faz todo o sentido, até se pensarmos na realidade portuguesa

«É nos momentos piores que corremos. Houve três momentos em que a América viu a corrida de fundo disparar em popularidade, e foram sempre durante uma crise nacional. O primeiro boom ocorreu durante a Grande Depressão, quando mais de 200 participantes marcaram a moda correndo 25 quilómetros por dia na Grande Corrida Transcontinental. A corrida entrou, em seguida, num estado vegetativo, e regressou em grande no início dos anos 70, quando nos debatíamos com a recuperação do Vietname, a Guerra Fria, os motins raciais, um presidente criminoso e os assassínios de três líderes amados. E o terceiro boom da corrida de fundo? Um ano depois dos ataques de 11 de Setembro, a corrida de corta-mato tornou-se, de repente, no desporto ao ar livre de maior crescimento no país. Talvez seja uma coincidência. Ou talvez haja um gatilho na psicologia humana, uma resposta pavloviana que activa o nosso primeiro e maior instinto de sobrevivência quando sentimos os predadores a aproximar-se

in "Nascidos para Correr", Christopher McDougall


E pronto

Já foram todos. Entregues aos pais, inteirinhos e sem mazelas.
A sala está impecável, a cozinha também. Perguntei ao Manel:
- Como está o quarto? Arrumado?
- Não.
- Então é bom que o arrumes. Que o resto da casa está impecável, nem parece que cá esteve esta gente toda.
Ele disse que sim, que já arrumava. E depois, assim do nada, aproximou-se de mim, deu-me um abraço imenso, ficou um momento em silêncio, só a deixar espaço e tempo para o abraço, e depois disse:
- Obrigado. Obrigado mesmo, mãe.

E se tivesse sido horrível, tudo ficaria sanado, nesse preciso instante. Mas ainda por cima não foi. Foi divertido, maluco (como eu gosto) e bom. E ainda tive direito a um abraço e a um "obrigado" sentido, como bónus. Há dias assim.

Boys just want to have fun (e a Mada também)

Para o almoço fiz esparguete à bolonhesa. Por acaso foi mais fettuccine à bolonhesa. Pus a mesa para 12 (as dez crianças, eu e o Ricardo). Comemos todos em amena cavaqueira. A dona Emília, quando chegou e viu aquela enorme tropa sentada exclamou um «ena!» que parecia mais querer dizer «chiça!».

Lavei a loiça num instante. Fui ao médico, também num instante (demorei uma hora, no máximo, e o médico fica em Algés. A dona Emília ficou encarregue da situação). Quando cheguei, já a mãe de um tinha vindo buscá-lo. Perguntei se alguém queria lanchar. Ninguém queria. Estavam todos lá fora a jogar à bola.

Depois, deu-lhes a galga. Sugeri que fosse pão para todos. Mas o Manel achou que eles é que deviam escolher. Então disse-lhe para recolher os pedidos e que mos viesse entregar à cozinha. E assim foi:
Assim, preparei 4 taças de Chocapic, duas com leite quente e duas com leite frio. Quatro pães, um sem nada, um com Nutella, outro com doce de morango, um com manteiga e queijo. E bolachas de água e sal. E um copo de leite. Fartei-me de rir porque o Manel andava para trás e para a frente, a levar pedidos como se fosse um empregado de mesa. E bufava e dizia: "Eu não paro! Eu não paro!"
Já está tudo levantado e lavado e eles andam a brincar às guerras, se bem percebo. Têm todos pistolas e escondem-se atrás dos móveis, rastejam e depois disparam tiros imaginários (pum, pum!) e gritam "estás morto, estás morto!" e riem às gargalhadas. Eu também já chorei a rir com as coisas que vou ouvindo. E com a expressão da dona Emília, que a um tiro mais sonoro gritado mesmo perto do seu ouvido, exclamou:
- Jesus! Se isto fosse assim muitos dias pedia a reforma.

É isto

São dez, ao todo.
Três meus e sete amigos.
Chegaram às 10h e vão embora às 19h.
Daqui a pouco vou fazer o almoço para este batalhão.
E a seguir o lanche.
É uma barulheira. E uma confusão.
Mas gosto tanto.


Cocó fabrica sonhos #7

Lembram-se do Gui, o menino com espinha bífida que queria conhecer a Xana Toc Toc? Foi o primeiro sonho que saiu da fábrica de sonhos do Cocó. E eu adorei realizá-lo.
Só que… acabou por ser um sonho dois-em-um. Porquê? Porque a mãe do Gui, a querida Ana Madragoa, acabou a ser convidada pela Xana Toc Toc para lhe fazer o vestido para o novo DVD e CD. É que a Ana Madragoa é uma artista de mão cheia e a Xana Toc Toc percebeu-o mal entrou na sua casa colorida, e continuou a percebê-lo ao ver os trabalhos maravilhosos que ela lhe foi mostrando, enquanto a Xana Toc Toc lá esteve. E eu olhei para as duas, nesse fim de tarde, e lembro-me de pensar: "Mas… é claro! Estas duas são verdadeiras almas gémeas! Como é que não pensei nisso antes?"
Na verdade, não foi preciso pensar. Elas descobriram-no sozinhas. E eu dei pulos de alegria quando soube que o projecto tinha saído do papel, da teoria, do mero convite, para passar à prática, à realidade.
E ei-lo. Eis o vestido que a querida Ana Madragoa fez, com as suas talentosas mãos e imparável criatividade. Digam lá se não é lindo e se não é mesmo a cara da Xana Toc Toc?



O vestido já no DVD



Gostava muito que um teatro contratasse a Ana Madragoa como aderecista. Ela é tão talentosa que merecia muito uma oportunidade dessas, de preferência que pudesse ser executada em casa para ela poder continuar a acompanhar o seu filho como até aqui. Se os conhecessem iam perceber que são uma dupla incrível.
Parabéns, Ana!
Obrigada por teres percebido o rasgo criativo desta querida, Xana Toc Toc!