Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Finalmente: vencedor do passatempo Casa de São Miguel

E a vencedora de mais um bonito passatempo no cocó é...

...
...
... a Sílvia Simões! Parabéns! Acaba de ganhar um fim-de-semana para a sua família numerosa (ou só a dois) naquele pedacinho de paraíso.
Eis a participação da Sílvia:


«Antesdo nascimento dos gémeos decidimos passar umas férias descansadas com o Xavier,a conselho de uma amiga escolhemos Matalascañas, hotel na praia. Descansototal.
Omédico achou que nos fariam bem as férias, mas pelo sim pelo não dois diasantes de partir fui a consulta. Estava tudo ok, peso, posição, batimentos, “vai lá descansar que quando vieres eles vão começar a pesar-te na barriga e jápouco te vais mexer”.
Fomoscalmamente, com várias paragens no Alentejo para comer e visitar um turismo Ruralclientes da empresa onde o Pedro trabalha e lá chegámos ao Hotel.
Aágua está fantástica, o hotel fica mesmo na praia. Vamos lá iniciar a época debanhos!
Algonão vai bem ao terceiro dia de férias, estou com dores nas costas, bastanteincómodas.
Acheique andava a saltar ondas a mais e a passar demasiado tempo sem apoio nascostas e o Pedro foi comprar umas cadeiras de praia.
Porvolta da hora de almoço as dores começaram a ser insuportáveis e nem conseguicomer nada, subi para o quarto enquanto o Pedro e o Xavier almoçavam.
Jáno quarto não conseguia encontrar posição confortável e as dores eram cada vezmais fortes. Quando o Pedro chegou ao quarto, resolvi dizer-lhe que era melhorchamar uma ambulância.
"Ambulância,porquê?"
Nãosei como me saiu da boca, mas nem pensei no que disse "Acho que estou com contrações"
Nareceção chamaram uma ambulância e apareceram duas meninas que me perguntaram dequantas semanas estava e de quanto em quanto tempo tinha as dores. Informaram oPedro de que iríamos para Huelva.
Jádentro da ambulância oiço a médica dizer para a enfermeira, enquanto esta memedia a tensão "quando ela disse que estava de 30 semanas e grávida degémeos, entrei em pânico".
Desculpem,mas quem deveria estar em pânico era EU!
Apercebo-meao ouvir uma conversa via rádio, que algo se irá passar na via rápida entreMatalascañas e Huelva, vão mudar-me de ambulância! Param a ambulância, abrem aporta tiram-me lá de dentro, entro dentro de outra ambulância e eis que oiço umsom algo familiar "então as dores são muito fortes?" num portuguêsquase perfeito.
Aenfermeira trabalhou no Hospital de Santa Maria em Portugal (vim depois a saberque é amiga da irmã de uma amiga da família).
Chegoao Hospital e percebo que o nome que estão a dizer não é o mesmo que tinhamdito ao Pedro em Matalascañas e aviso a enfermeira. Pega-me na mochila,pergunta onde está o telemóvel e pede-me que ligue o número do meu marido paraela falar com ele.
Depoisde ver vários tetos chego a um gabinete onde vejo uma máquina conhecida, vãofazer-me uma ecografia. Oiço a médica, menina loira de tranças com ar novinho,a bichanar para as colegas algo imperceptível e a ficar com uma cara séria.Pede-me todos os elementos que tenha da gravidez e diz-me que já falará comigo.
Entretantotenho o Pedro a ligar dizendo que na receção do Hospital dizem que não estoulá.
Numafração de segundo pensei que talvez não fosse má ideia aparecer na receção decamisa de noite do hospital a provar que estava lá.
As6 horas que se seguiram foram vividas intensamente, com vários sentimentos aborbulhar estava preocupada com o Xavier
Osmédicos abanavam a cabeça (símbolo internacional de que algo não está bem)sempre que vinham ter comigo, o que me deixava apreensiva e cheia de medo doque se passaria a seguir
Ascontrações diminuíram um pouco e decidiram levar-me para o quarto, onde soubeestavam o Pedro e o Xavier, lá chegada fui presenteada com um dos animais doXavier para que não tivesse dores, mas passados poucos minutos as contraçõesaumentaram e lembro-me que gritei desalmadamente.
Mantenhoa imagem do Xavier sentado na ponta da cama a limpar-me as lágrimas e a dizer"já vai passar Mãe"
Denovo com a parteira veio uma médica que me disse que após várias tentativas amedicação não tinha resultado e não tinham conseguido fazer diminuir as contraçõese que um dos bébés tinha a cabeça encaixada pronta para sair (percebi depoisque já conseguiam ver-lhe a cabeça). Disse-me que os bébés tinham que nascer.
Chamaramo Pedro para o informar que me iam levar para a sala de partos.
Jána sala de partos lembro-me de ter um enfermeiro de um lado a dizer-me quandotinha uma contração e a fazer-me festas na cabeça e de uma enfermeira do ladodireito quase deitada em cima de mim para que o segundo bébé nascesse de parto normal,de fazer muita força e de todos os que estavam à minha volta quase fazeremtanta força como eu. No meio do medo senti carinho.
OMiguel nasceu às 22h30 e o Rodrigo às 22h45.
Sóos voltei a ver no dia seguinte na incubadora.
Jáno quarto do hospital, vi o Xavier a dormir na cama do lado e lembro-me deachar que no dia seguinte ia acordar e estaria no quarto do hotel e que tudonão tinha passado de um sonho marado.
Fomostrês de férias e voltámos cinco.»







Língua de fora

Chegar a casa às 21h, depois de fazer as compras do mês no Continente. Despachar os miúdos com Cerelacs, tarde e más horas. Descobrir, em fúria, que o Martim tinha trabalhos e que não os fez. Calou-se caladinho, escudado nas suas muletas, e toca de ver se passa despercebido. São 22.30 e ainda está a acabá-los, o sacana. E nós, os pais, sem jantar, entre arrumar salmões e iogurtes nos locais respectivos, entre dar papas e lavar dentes e vestir pijamas e ajudar o outro a procurar palavras no dicionário. Arre que estou exausta. O post seguinte é, finalmente, o do vencedor do passatempo, raios me partam ao meio se não o faço antes da meia-noite. Mesmo que não jante, que falta também não me faz.

Weekend blogueiro

Foi um fim-de-semana mesmo bom. Conheci a Sandra, a Ursa, a Sofia e a Selma por causa do Rodrigo (por acaso a Sofia já tinha conhecido antes, mas adiante). Nunca mais nos perdemos de vista. Parece assim uma coisa do destino, se acaso acreditasse em coisas do destino. A Vi conheceu-nos porque lia os nossos blogues (e também conheceu a Sandra e a Ursa no próprio evento Todos por Um, de Lisboa). E depois veio o convite, para um fim-de-semana nas Villas de São Rafael (é mais São Rafael Villas, mas não me dava jeito na frase). A Sofia não foi porque tinha o Martim doente. Mas esteve connosco em espírito. Ah, também se juntou a Luna, que só conheci pessoalmente agora, mas que já conhecia há muito virtualmente. E olhem... foi mesmo fixe. O sítio é lindo, as casinhas fantásticas, com dois andares e cheias de funcionalidades para as famílias, e vista de mar, a Vi é bonita por fora e por dentro, é impossível não se gostar dela, de maneiras que é isto. Um refúgio perfeito para quem tem filhos ou para quem vai a dois. Ou para várias famílias, como foi o caso, porque são 10 moradias geminadas, o que permite que cada família tenha a sua privacidade mas, depois, podem encontrar-se todos nas casas uns dos outros para umas belas jantaradas - o chef Nuno consolou-nos com um caril de chorar por mais!
A Ana, da Ursa, que eu já conhecia, é uma fofa e parece que tem faróis em vez de olhos. Uma das filhas da Sandra tornou-se amiga da Mada, apesar de algumas (vá, muitas) dificuldades que ambas encontraram na gestão da liderança. 
E o sítio é tão bonito que não se resiste a tirar mooooontes de fotos. A Selma esteve de serviço. E que belo serviço, diga-se.







E viva a pirosice

A culpa foi de uma certa Paula que eu cá sei , que falou dos ténis com luzes da sua filha. A minha, que tem ouvidos de tísica, nunca mais me largou. E depois argumentou que os manos também tinham ténis novos (trazidos da Decathlon ao mesmo tempo que a mala) e que ela não, e mimimimimimimi. E pronto. Lá veio esta piroseira, cor de rosa com borboletas, que acende as luzes à frente, parece a miúda uma discoteca ambulante. O difícil agora é tirá-los.

Domingo maravilha

Acordei tarde. Desci as escadas e encontrei os rapazes presos à televisão. Estavam a ver um torneio de ténis. Não liguei muito e fui fazer torradas. Quando me senti a comê-las, percebi que era um torneio da ATP em Kuala Lumpur e que quem estava a jogar era um português que, já me tinham dito, havia vencido o número 4 do mundo. Em menos de nada fiquei agarrada também. A torcer como se o senhor fosse da minha família. A praguejar sempre que falhava. E foi um êxtase dos diabos quando ganhou! João Sousa foi o primeiro tenista português da História a conquistar um torneio da ATP. Muito bom.

Depois, foi a vez de Rui Costa se sagrar campeão do mundo de ciclismo.  

Se todos os domingos fossem assim...

Pesadelo

Eu tinha um cancro terminal. A médica que me recebeu disse que eu não tinha hipótese nenhuma e que, por isso, íamos marcar a eutanásia para sexta-feira. Eu concordei com tudo porque sempre quis acabar bem e não em sofrimento desumano. Queria que os meus filhos se lembrassem de mim sorridente e brincalhona e não numa cama a definhar devagarinho. Os dias foram passando e eu fui tentando despedir-me da vida. Da minha mãe. Do meu pai. Dos meus sogros. O meu marido estava a encarar tudo com muita leveza, o que me perturbava um bocado. Eu ia morrer e todo o mundo continuava a girar como se nada fosse. Quando chegou a véspera do dia da minha morte, entrei em pânico. Imaginei-me a levar a injecção letal enquanto olhava os meus três filhos. Imaginei-me a fechar os olhos devagarinho e a lutar com todas as minhas forças para não os fechar. Eu não queria deixar de ver os meus filhos, quietinhos e aterrorizados a verem a mãe a apagar-se. Não! E então fui ter com a médica e disse-lhe: "eu quero lutar." E ela sorriu um sorriso triste e sentenciou: "não vale a pena. Vai perder." E eu em lágrimas, pela primeira vez em lágrimas, a gritar: "não importa! Às vezes dizem às pessoas que não têm hipótese e afinal as pessoas têm porque lutam, porque querem, porque querem muito! E eu quero muito. Tenho três filhos, tenho uma vida feliz, sinto-me bem, sou incapaz de morrer agora." Lembro-me de respirar fundo e pensar que ia ser uma luta feroz, desigual, que o mais certo era perder, mas que não podia simplesmente desistir.
E depois acordei.
E estou aqui com um aperto que nem vos passa pela cabeça.

Pág. 1/20