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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Muita testosterona dentro de um veículo

Nestas mini-férias, eles portaram-se maioritariamente bem. Mas, verdade seja dita, também me encheram a paciência. Ter dois rapazes no mesmo carro, ou pelo menos estes dois rapazes no mesmo carro, é sinónimo de lutas, gritos, gargalhadas e, invariavelmente, termina tudo a chorar, ó mãe ele bateu-me, buáaaaaa, ele deu-me um murro, ele é que começou, vais apanhar estúpido, e eu aos gritos como uma macaca histérica: PAREM COM ISSOOOOOOOOO QUE JÁ NÃO VOS POSSO OUVIIIIIIIIIIIIIIR!. Foi o caso. Todas as viagens pela ilha acabaram comigo a berrar, a pedir um minuto de silêncio pela vossa saúde, raios partam os putos, tanto chinfrim que fazem, não dá para descansar um minuto, porra de vida esta.

Estas férias serviram para me tirar da cabeça algumas ideias peregrinas sobre viagens longas de carro com a família toda atrás. Fónix! Se 3 dias na Madeira quase me enlouqueceram, imaginem mais tempo fechados numa caixa com rodas. Credo.

Cada tiro, cada melro. Cada cavadela, cada minhoca

Recapitulemos:
- Em Setembro de 2012, o Manel partiu-se todo uma semana antes de irmos para Los Angeles e Las Vegas. Não fomos, claro. A viagem foi realizada seis meses depois (mas tivemos de pagar uma pipa de massa de multa pelo cancelamento anterior).
- Em Fevereiro, íamos para a neve. Mas o Manel e a Madalena encheram-se de febres e cenas terminadas em «ite». Não fomos, óbvio. Transferimos a viagem para a Madeira, onde fomos agora, apesar das multas pelo cancelamento anterior.
- E agora, a mais recente gracinha. Tinha oferecido ao meu querido gajo, no seu aniversário, uma viagem a Itália. Íamos no dia 16 de Maio, voltávamos a 22. A viagem apanhava, assim, o nosso 13º aniversário de casamento, a 20 de Maio. Era um dois-em-um: presente de 40º aniversário do homem e presente de aniversário do casório. Uma lindeza. Pois bem. Já não é. O meu sogro está há meses à espera de uma cirurgia. Há uma semana, ficou marcado o dia. Nem mais nem menos que... 16 de Maio. Não é bonito? Precisamente o dia da nossa partida! Obrigada, destino. Obrigadinha.

(Mas não penses, ó destino filhadamãe, que desistimos! Podes até teimar em atrasar-nos a vida. Mas a gente insiste, adia, mas vai! Arre!)

Decoração infantil para crianças vivas

Às vezes vejo revistas que exibem quartos de criança lindos de morrer. Mas depois olho para aquilo e penso: isto são quartos de criança? A sério? Mas crianças vivas, com pulso, e acordadas, mesmo? É que, no meu mundo, as crianças têm brinquedos e eles não cabem todos naqueles quartinhos tão equilibrados e lindos, com 4 gavetinhas brancas e duas prateleiras com moldurinhas lindas. Estão dentro de muitos gavetões (nem sempre lindos e delicados) e também encostados às paredes e até um pouco a monte, o papel lindo já está rasgado em baixo, a parede bonita está pintada a caneta de feltro, e há lápis e papeis e tralha diversa por aqui e por ali. Claro que nas revistas é suposto que esteja tudo lindo, limpo e arrumado. Mas o que eu acho é que estes quartinhos que nos mostram e nos deixam a babar não têm correspondência prática com crianças vivas, com pulso e acordadas. Ou então sou eu que tenho crianças esquisitas. Também pode ser isso.



Amor

Acordo. Preparo-me para ir acordar os miúdos. Vou ao quarto dela. Não a vejo. Não está. Onde se terá metido? Vou ao quarto deles. E é lá que a encontro, aninhada na cama do Martim, seu amor tão grande. Não sei quando terá ido para o quarto do irmão. No início da noite, a meio, ou mais pela manhã. Sei que dorme, profundamente, a seu lado. Há muitas coisas que me fazem feliz (sou uma fácil, na verdade). Mas este amor de irmãos está, sem dúvida, no topo da lista.

Coisas que me encanitam #6

Isto não é encanitanço, é mesmo ódio. Eu sei, a palavra é forte, mas creio não existir outra que melhor descreva o que sinto por esta subclasse de gente. Por isso, cá vai: Odeio, com todas as forças do meu ser, pessoas que dizem mal das outras, nas costas. Aquelas pessoas com quem a gente se senta, casualmente, num café, e dois minutos depois já estão a esfaquear alguém, ainda que esse alguém lhes seja próximo ou até... «amigo». Gente que passa os dias a tecer maledicência, fervendo num ódio em lume brando que não escolhe género, classe ou raça. Um ódio a tudo o que mexe. Gente para quem está tudo mal. O tempo está quente, está frio, está nublado; o país é uma merda; a amiga é uma falsa; os políticos deviam era morrer; o emprego é um inferno; o desemprego é ainda pior; a sogra é uma chata; a mãe é pior ainda; os filhos são impossíveis; o bolo está seco; os professores dos filhos são péssimos; olha aquele que mal vestido; credo, que gorda que esta está.... Gente que não se ouve, de certeza absoluta, porque se parasse para se escutar compreenderia como tem de estar absolutamente ruim da mona para achar realmente que ninguém presta para nada. Gente que espera que um dos companheiros de conversa levante o rabo da cadeira e vire costas para prontamente o arrasar com uma ou duas tiradas mortíferas.
Odeio, com todas as forças do meu ser, pessoas assim. Felizmente, conheço poucas. E fujo delas a sete pés.