Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Baby TV

Não há melhor sonífero para o meu homem do que o Baby TV. Já para a Madalena... não se pode dizer o mesmo. Ela está deitada ao colo dele, a chamar «Pai? Pai? Pai? Estás a dormir, pai?» Ele não responde, claro. O sonífero já fez efeito.

Rir de mim

Por razões que agora não vêm ao caso, estou a rever o blogue desde o início E já me ri até às lágrimas... comigo mesma. Isto é um bocado umbiguista e cretino, mas como quem diz a verdade não merece castigo, cá estou, a dizer a verdade. Caiu-me mesmo no goto, este texto, como se não tivesse sido eu a escrevê-lo. Ora cá vai (mesmo que não achem piada):

Dasdesilusões cibernéticas

Acontece algumas vezes. Recebo um email com fotografias de ursosao lado de passarinhos, cães aninhados em gatos, lobos em ternuras compintaínhos. Oh, que fotos tão giras, que simpática a pessoa que me enviou isto.Ou então, um daqueles powerpoints manhosos, com estrelinhas e fadas econverseta moralista, "Um pássaro ensinou-me que a amizade é como a água eblábláblá". Mas, ainda assim, dou por mim a pensar: quequeriducha-esta-amiga-que-não-vejo-desde-que-usava-camisolas-com-bonecos-e-que-se-lembrou-de-mim-oh-que-lindinha.
Até que, no final, leio qualquer coisa como: Envia esta mensagem a 140 amigos etodos os teus desejos se concretizarão, se não enviares vais ter tuberculose ediabetes e um cancro na cabeça ou então vais a sair de casa e levas com umacamioneta de caixa aberta nos dentes.
E é então que a minha ingenuidade vai pelo cano. Ah. Afinal fulanita não enviouisto porque gosta de mim. Não me enviou esta gaita pirosa porque, apesar de nãonos vermos há um porradão de anos, se lembra da minha pessoa. Fulanita enviouesta merda porque eu estou na lista de contactos e dá-lhe jeito que se realizemos seus desejos ao invés de ter uma tuberculose e diabetes e um cancro nacabeça e ainda levar com uma camioneta de caixa aberta na cramalheira. Olha queporra. 

A sério, dá para ganhar o Euromilhões, dá?

Acabo de saber que uma entrevistada terá ficado à espera de um fotógrafo que nunca apareceu porque a pessoa que tinha ficado incumbida de marcar a foto... se esqueceu. Ah, então está bem. Acresce que já não é a primeira vez que isto acontece, acresce que a senhora estava constipada e disse que era por especial consideração que ia sair à rua para a foto, e eu não faço ideia de como vou encará-la, nem explicar-lhe o inexplicável: que quando se trata de marcarem fotos para os meus trabalhos, aparece uma espécie de vírus que acomete os responsáveis, transformando os seus cérebros numa pasta inútil. Acresce ainda que amanhã é quinta-feira e que não sei se vou conseguir arranjar quem queira ser fotografado assim a correr. E sabe-se lá se não se esquecerão de novo.
Estou tão mas tão danada... E tão farta de incompetências e desleixos e esquecimentos e porras. Estou fartinha, fartinha e cada vez com menos paciência. E se não precisasse mesmo desta colaboração mandava hoje mesmo tudo para o canário. Mas preciso. Por isso, amanhã logo de manhã vou jogar no Euromilhões, compenetrar-me muito compenetrada, e pode ser que nunca mais tenha de deixar uma entrevistada à espera de uma foto, porque nunca mais entrevisto ninguém.

Por fim

O memorial ao 9/11. Um sítio triste, tristíssimo. Onde se é revistado à entrada, tal como no aeroporto, e que faz lembrar o provérbio: «Casa assaltada, trancas à porta». Os monumentos de homenagem foram desenhados pelo arquitecto Michael Arad e pelo arquitecto paisagista Peter Walker (cujos projectos foram escolhidos entre 5200 candidaturas, de 63 países). São duas quedas de água, uma em cada lugar onde antes estavam as torres gémeas. Dois quadrados de onde cai a água para uma primeira plataforma e depois, lá dentro, para mais um buraco fundo. Faz lembrar lágrimas, milhares de lágrimas que caem. Vidas que caem. Em alguns momentos, quando o sol bate, formam-se pequenos arco-íris, que transmitem paz e beleza. E as gotículas que se desprendem da grande massa de água que cai também fazem lembrar cinza, pó. O buraco mais fundo será o vazio que nos fica, a todos (pessoas sãs), perante o que aconteceu. E a saudade dos que perderam ali familiares e amigos. Pais, filhos, maridos, mulheres. Não faço ideia se era isto o que os arquitectos pretendiam transmitir, mas esta foi a minha interpretação, aquilo que senti. E doeu. Está muito bonito, muito bem conseguido, e dói. A todo o redor dos dois quadrados estão, inscritos em placas de bronze, os nomes, cerca de 3000 nomes, dos que morreram naquele fatídico dia, há 10 anos. Uma das coisas que também me impressionou muito foi ler, aqui e ali, nomes de mulheres seguidos de «and her unborn child» (e o seu filho que não chegou a nascer). E o silêncio, apesar de tanta gente de visita. Um silêncio que é de respeito, de dor, e de incompreensão. Um silêncio de cemitério, que também dói. 











Este senhor estava a copiar um nome para um papel. Estendeu o papel sobre o nome e, com um lápis, guardou cautelosamente as letras da sua pessoa. À sua volta, formou-se de imediato um espaço em branco. As pessoas, instintivamente, afastaram-se, para lhe dar privacidade. Para o deixar no seu momento, a recolher um pedaço de si, que partiu.

Pais Natal

Apanhámos o dia doido em que todo o mundo, ou quase, sai à rua vestido de Pai Natal (e comparsas: renas, duendes, elfos, presentes, chaminés, etc.). Foi uma maluquice pegada. Na Central Station, então, vimos centenas e centenas. Mas todas as ruas tinham Pais Natal e foi uma festa de encarnado e branco.
Merry Christmas!







Pink

Não devia dar muito jeito para estacionar aqui em Lisboa. Mas é tão fooooofa, esta limo! Pequena Mada aposto que iria adorar. O pior seria convencer os rapazes cá de casa a entrar nela.

Central Park

E o que eu gosto do Central Park? E o silêncio que lá se escuta, apesar da loucura limítrofe? E os esquilos? Eu adoro esquilos. São um bocado como eu: pequenos, eléctricos (um pouco neuróticos, mesmo) e parecem bem dispostos. Apetecia-me trazer um para casa. Assim como também me apetecia trazer o Central Park inteiro para casa. Mas não deu. Ficaram lá. E eu já tenho saudades.







A idade não perdoa

Não é que me esqueci de um dos restaurantes onde fomos? Ora bolas, e era tão bom! Mas foi o primeiro, tínhamos feito uma viagem longa, durante a viagem plantou-se-me uma enxaqueca medonha que me pôs a chorar de dor - parecia que me ia saltar a tampa (talvez não tenha sido boa ideia ter bebido dois copos de vinho branco no avião, depois de em terra ter tomado um ansiolítico). Ainda por cima, não tirei fotografias no dito restaurante, o que, para uma pessoa da minha idade, já não facilita a memorização. Mas hoje, ainda com os olhos semi-colados de sono, dei um pulo: Então e o Les Halles, do Anthony Bourdain? Pois foi... Bem bom. Gostoso e calórico. E muito animado. Fica feito o reparo. A verdade é só uma: a idade não perdoa mesmo.