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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Quem conta um conto...

Eu, o Ricardo e a Mada estávamos na sala a ler uma história. Nisto, começámos a ouvir os dois irmãos a brincar às lutas. Demos um grito, "meninos, párem com isso já!", porque já era hora de estarem a dormir ou quase. Mas não surtiu efeito. A brincadeira continuou. Então, o pai disse à Mada:
- Vai lá dizer aos manos que ou páram ou ficam de castigo.
Ela, que é uma mandona de primeira, largou logo a correr, com um ar todo empertigado. Ficámos à escuta. E foi então que a ouvimos gritar:
- Meninos! O pai vem cá dar uma palmada e ficam os dois de castigo!

Quem conta um conto... acrescenta um ponto.





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Ratinho na roda

Foi a minha amiga Anabela que me comparou a um ratinho na roda e a comparação não podia ser mais acertada. Eu sinto-me mesmo o ratinho na roda, a correr, a correr, muito depressa, muito depressa, sem conseguir parar. A minha agenda para cada dia tem tantos itens que dá medo. Fora as coisas de casa.
Ontem estava de língua de fora e foi a minha mãe quem me deu o empurrão para ir ao Bootcamp. Afinal, quem  no seu juízo normal escolhe sair para o frio, para rastejar na lama e pôr o corpo todo a mexer, quando está tão cansada e embrulhada numa manta quentinha no seu sofá? Ainda bem que a minha mãe veio, para ficar com os miúdos, quase me dando um pontapé no rabo para eu ir. No princípio tinha vontade de me atirar para o chão mas depois, à medida que o treino foi avançando, fui sentindo as toneladas em cima dos meus ombros desaparecerem. Fiz 400 agachamentos (200 primeiro, mais 200 depois), inúmeros abdominais, flexões, calistenias. Ri-me, gemi de dores, senti a terra molhada nas mãos e nos joelhos e a lama a entrar pelos ténis adentro. Mas cheguei a casa mais leve, tão mais leve. O Bootcamp para mim é exactamente como aquele pipo das panelas de pressão. Quando estou a ferver, quase a explodir, o exercício permite-me soltar parte da pressão acumulada. É como se o meu corpo precisasse de acompanhar o esforço da minha cabeça. Como se um e o outro não pudessem viver tão desfasados - um de férias e o outro a trabalhar num ritmo alucinante. Hoje talvez vá correr. Porque o meu dia não vai ser nada calmo. Outra vez.