Sempre em festa
Ontem foi o aniversário do Manel. Ele tinha convidado só rapazes para um jogo de bola, num campo ao ar livre. O céu estava negro como se o fim do mundo estivesse por minutos. E nós decidimos adiar a festa. Vá, fui eu que decidi, assumo. O meu homem teria mantido tudo, porque acha sempre que não chove coisa nenhuma, e se chover abrigamo-nos no balneário por um bocadinho, e coisa e tal, e tudo bem. Eu já não sou assim tão descontraída com os filhos dos outros. Só imaginava que começava a chover a cântaros, duas horas seguidas, e os putos todos enfiados num balneário a tresandar a chichi, ensopadinhos até aos ossos, e todos doentes nas semanas vindouras. Joguei pelo seguro. Enviei mensagens a todos os pais, a adiar a festa por uma semana. E afinal não choveu. Adiante.
Disse aos meninos do condomínio para virem cá a casa, mais alguns amigos que já vinham, e num instante se montou uma mini-festa, com bolinhos e pãezinhos e arroz doce acabado de fazer. Cantámos os parabéns e às 18.15 estava eu deitada a passar os olhos por uma série da SIC e a respirar fundo, antes de arrancar com a segunda dose. Às 19h comecei a fazer lasanha - dois tabuleiros dela. E mais arroz doce. E às 20h chegaram os avós, os primos, uns tios já cá estavam, outros não puderam vir. E assim, entre adultos e crianças, éramos 13 pessoas à mesa (é recorrente, sermos 13 à mesa, mas desta vez éramos 13 no dia 13, um verdadeiro arrepio para os supersticiosos). Tornámos a cantar os parabéns. E depois, quando os últimos convivas foram embora, deitámo-nos com o aniversariante, a contar pela 10ª vez como foi o dia do seu nascimento (ele ainda não revira os olhos de enfado, pede sempre mais detalhes e gosta mesmo de ouvir).
Para a semana, por culpa da chuva que parecia mesmo vir e não veio, há mais festa de anos. A terceira dose.
E assim é a nossa vida: sempre em festa. (só é pena a Mada estar com 39º de febre e com uma constipação medonha)