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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Pérolas do Magrão - Qualquer Gato Vira-Lata


Vimos este filme no avião, à ida para o Rio, e rimos até chorar. Eu cheguei mesmo a ver duas vezes (9 horas e meia de voo dá tempo para muuuuuuita coisa) e chorei a rir das duas vezes. Foi por causa deste filme «Qualquer gato vira lata» que adoptámos as expressões «Gurú» e «Fazer cavalinho». Já li críticas que o arrasam. É-me igual. É-nos igual. Amámos!
(O filme foi realizado por Tomás Portella e tem no elenco nomes como Cleo Pires, Malvino Salvador, Dudu Azevedo e Álamo Facó, que é o hilariante Magrão).

Ouvido no Rio

Mais uma vez, à semelhança da maravilhosa rubrica da Time Out Lisboa «Ouvido no Metro», eis algumas das frases ditas e repetidas no Rio nestas férias:

- É? É.
- F***u.
- Gurúuuuu...
- Está fazendo cavalinho?
- Fatalmente vai ser assaltado. Fatalmente vai ser assassinado. Fatalmente...
- Perigosa, extremamente perigosa, mais perigosa ainda.
- Fui com os Pedros.
- Oi? Oi? Oi?
- Aquilo fazia tó-tó-tó e eu queria era ouvir tá-tá-tá.
- iiiiiiiii....
- Você, mau? Não! Para ser mau tinha de trabalhar muito.
- Já falei com o Sérgio [concierge] e ele vai marcar o restaurante.
- Não traz saia, não?
- Isso, isso.
- Isso é suicídio.
- Esquisita...

O Rio de Janeiro é mesmo a cidade maravilhosa

Pois é, minha gente, estou de volta. E venho apaixonada pelo Rio. Dá vontade de levar a família toda para lá e ficar a viver ali, de frente para o calçadão. A vida parece perfeita, ali, ainda que seja tão imperfeita como noutro sítio qualquer. Não senti insegurança nenhuma. Creio que as pacificações de algumas favelas (ainda poucas, atendendo a que são mil ao todo) melhoraram muito o ambiente no Rio. Claro que há zonas e zonas, mas até a uma favela fomos e não sentimos medo nunca, nunca.
Há anos que vejo o Rio de Janeiro, em novelas que nos entram pela casa adentro, mas ainda assim parece impossível tanta beleza natural, de onde emergem prédios e favelas, tudo misturado com o verde da vegetação densa com o azul do mar. Lindo, lindo, lindo.
Esta era a varandinha do nosso quarto, sobre Ipanema. Ficar ali sentado, com vista para o calçadão era mesmo bom.
Depois, como o nosso amigo N. fazia anos, e como é a pessoa que conheço mais difícil de presentear, decidimos oferecer-lhe uma experiência que ainda não tivesse na vida: um passeio de helicóptero pelo Rio. Para não ir sozinho, e uma vez que a mulher faleceria com toda a certeza se o acompanhasse (e eu não queria isso, que gosto muito dela), decidimos que iriam os rapazes com ele. Assim, o meu homem e o R. meteram-se dentro do helicóptero com o amigo aniversariante, e lá foram, todos borradinhos.

O Ricardo, que foi à frente, diz que nunca teve tanto medo na vida. Mas a vista não podia ter sido mais avassaladora. Temos dezenas de fotos tão bonitas como estas.
A seguir à experiência, e depois de os deixarmos respirar um bocadinho para reporem os níveis de adrenalina no lugar, apanhámos o bondinho e lá fomos ao Redentor.
A vista lá de cima é tão soberba que se fica mesmo sem conseguir falar durante um bocadinho.
Houve de tudo, na nossa viagem. Muitas gargalhadas, muitas cervejas e caipirinhas, muitas experiências gastronómicas fantásticas. E, claro, não podia faltar um encontro com uma estrela da representação. A minha amiga S. ia tendo um pequeno colapso nervoso quando lhe apontei o querido Alexandre Borges num quiosque. E ele pousou para a foto, super simpático, ao lado da S., que ainda conseguiu tremelicar mais do que o costume.
Outro dos momentos altos foi a ida ao Rio Scenarium. Um restaurante/bar/discoteca na Lapa, com três andares, e que é um verdadeiro espanto. Há bicicletas penduradas no tecto, portas de frigorífico, paredes recheadas de rádios antigos, e relógios, e carrinhos de bebé. Há carros antigos, trajes expostos, instrumentos musicais... diria que para todo o lado para onde se olhe há surpresas que merecem fotos. E há música ao vivo e muito samba no pé. Foi uma noite... de cair para o lado (literalmente, em alguns casos, ahaahah!)

O nosso amigo N. nem sonhava o que o esperava, no dia do seu aniversário (a viagem de helicóptero, apesar de ter sido presente de anos, foi oferecida na véspera). A S. ofereceu ao marido, nem mais nem menos que... um salto de asa delta. Não tenho (ainda) fotos do voo, mas aqui pode ver-se ele já em terra, na Praia do Pepino, com a mulher, e a serem fotografados pelo Mosquito, um dos maiores cromos (se não mesmo o maior) dos voos de asa delta no Rio.
Depois do voo, que ele amou, fomos almoçar a um restaurante que recomendo vivamente! É uma experiência inesquecível. Fica em Santa Teresa, e chama-se Aprazível. E almoça-se... em cima de árvores. Uma espécie de regresso à infância. Cada mesa está posta nesta espécie de casinha misturada com a vegetação e é tudo muito bonito. E bom.
Os parabéns a você foram cantados várias vezes. No quarto dele também havia surpresas.
Tivemos mais algumas boas surpresas gastronómicas mas uma que recomendo vivamente é o ORO. A seguir vou postar algumas das iguarias que degustámos na nossa estadia no Rio, mas deixo já um dos maravilhosos pratos do ORO, da autoria do chef Felipe Bronze. Cozinha molecular e um show!
Carne de Sol do Sertão no Pó Gelado de Manteiga de Garrafa. Fumegante!
E aqui... uma garça com a Urca por detrás.
 Em baixo, a Catedral do Rio. Diferente de todas as catedrais que já vi. Moderníssima, do arquitecto Edgar Oliveira da Fonseca. Parece uma nave espacial.

A vista do topo do nosso hotel, onde estava a piscina, era esta maravilha.

Por fim, fomos assistir a um ensaio da Escola de Samba da Mangueira. Posso dizer-vos uma coisa: imperdível! Mesmo. A coisa passa-se num pavilhão em plena favela mas senti-me sempre super segura (como, de resto, em todo o Rio). Foi espectacular! O ritmo, a loucura, o samba, os corpos suados, a sexualidade latente, a felicidade. O movimento do corpo, impossível de repetir. Deixo fotos. A seguir vou tentar postar um vídeo - a ver se a minha info-exclusão me deixa.



Só pensava: mas que grande reportagem que eu fazia aqui! Amei! Dançámos até às 4 da manhã, sem conseguirmos parar. Parecia que estávamos ligados à corrente. E já sabemos um dos refrões do samba:
«Vem festejar, na palma da mão
Eu sou o samba, a voz do morro!
Não dá pra conter tamanha emoção
Cacique e Mangueira num só coração»


O Rio ficou no meu coração, sem dúvida nenhuma. E vou querer voltar. De preferência em breve.
Um beijo enorme à minha mãe, uma mulher maravilhosa, que cuidou dos netos como se fossem pedras preciosas. Obrigada, mãe.
(e um beijinho para a Cris e para a Catarina e para os Lagoas, que fizeram visitas ou vieram buscá-los por um bocadinho, para aliviar a carga a esta avó extraordinária).