Hoje foi a primeira aula de surf do Martim. Adorou! E nós adorámos vê-lo na crista da onda. Era uma micro onda, está bom de ver. Mas não importa. Para nós ele é o Kelly Slater e o resto é conversa. :)
Éramos muitos. Uns 40. Não via a maior parte dos meus ex-colegas da faculdade há 15 anos, quando de lá saí. Devo dizer que muitos estavam praticamente iguais, outros tantos estavam muito melhor do que antes. Eram poucos os que estavam a cair do tripé ou gordos como texugos ou carequinhas como o pequeno Ruca. Muito poucos. E foi bom constatar que a maioria conseguiu conservar-se ou sofisticar-se ou, pelo menos, não se abandalhar. Fiquei ao lado das minhas amigas N. e MJ. e foi giro perceber que, apesar de não estar com elas há dois anos (como é possível que tenha passado já tanto tempo?), foi como se tivéssemos estado juntas há meia hora. Durante largos momentos, foi esquisito estar ali com 40 macacos que me lembravam praxes, bebedeiras, aulas chatas (na maioria) e orais. Era como se uma diabólica máquina do tempo me tivesse depositado ali e agora amanha-te, conversa com as pessoas, faz umas cábulas ou apanha um pifo, que era isso que nós, todos juntos, sabíamos fazer. Também foi bom constatar que não sou a única com falhas graves de memória. Estava eu a queixar-me de não me lembrar de muitos detalhes do curso e de caras e de nomes e da viagem de finalistas e de cenas em geral quando várias pessoas me confessaram o mesmo, o que foi bom. Já começava a temer que o excesso de álcool consumido naqueles anos pudesse ter tido efeitos demasiado nocivos. E se calhar teve, mas não é um problema só meu e isso já me conforta de alguma maneira. Depois do jantar no Tromba Rija (foi muito porreiro ter pago 35 euros por couves, espinafres, alface, tomate e uma micro-posta de bacalhau, que foi a única coisa que me autorizei a comer, no meio de tanta iguaria calórica), fomos a uma festa no Mercado da Ribeira. Quando chegámos temi o pior. Aquilo parecia um arraial académico de quinta categoria, decadente e deprimente, mas não tardou muito a tornar-se numa festarola bem fixe, em que dancei como se não houvesse amanhã e como se o ontem não tivesse sido há 15 anos. Dancei, dancei, dancei. Ri-me muito. Enchi o papo, é o que posso dizer. A seguir ainda houve uma grupeta que foi para o Jamaica mas os meus pés estavam a matar-me e, em vez do bar que invoca as Caraíbas, preferi rumar a Oriente. O meu carro estava em frente ao restaurante e, por isso, caminhei apressadamente (e com dores insuportáveis nos pés - ah, sapatos de salto vertiginoso, como são cruéis!) até ele, tão apressadamente que me estatelei. Sim, eu sei. Passo a vida de gatas e não é pelas melhores razões. Desta vez, porém, finquei os joelhos no chão bem como a mão direita, e assim consegui não enfiar a testa na calçada. Estou a melhorar. Infelizmente tenho a mão inchada e com dores que vão até ao cotovelo. Mas o facto de ser uma criatura com o centro de gravidade descompensado não importa para nada. O que interessa é que tive uma noite mesmo boa, com muita nostalgia pelo caminho, e muita diversão. Tenho a sensação de ter adormecido com um sorriso e de ter passado a noite a sonhar com momentos antigos. E hoje acordei com a sensação de estar 15 anos mais nova. O que, quando se tem 38 anos, já sabe bastante bem.
Diz que talvez fosse o contador de «cocós online» que estivesse a encanitar o blogue todo. Vai daí e removi-o. Agora já não posso saber quantos queridos leitores do cocó estão a vê-lo ao mesmo tempo que eu mas prefiro isso a infectar todo um povo que tem a generosidade de me visitar. Agora pedia apenas que me digam se esta nova receita curou o cocó de parasitas. Será que conseguimos exterminar o animal? Digam-me que sim, por favor...