Acordei às 7h, fiz os pequenos-almoços deles, acordei-os, pu-los a comer, arranjei a merenda para comerem a meio da manhã, pus na mochila de um, pus na mochila do outro, escolhi a roupa deles, vesti um, vesti o outro, mandei-os lavar os dentes, despedi-me, beijinho a um, beijinho a outro, fui fazer o meu pequeno-almoço, comi, tomei banho, vesti-me, acordei a Madalena, vesti-a, dei-lhe o biberão, arranjei a mochila dela, toquei na casa da minha mãe para ela vir ao café, bebi um café, deixei-as, peguei no carro, fui para o Monte Estoril, entrevistei a Bibá Pitta, saí, respondi a quatro emails urgentes a marcar entrevistas, dirigi-me a Alcabideche, foi difícil comó caraças descobrir o stand de usados, namorisquei uma carrinha, recebi um email que implicava o envio de mais dois, urgentes, combinei por mensagem um almoço com o meu homem, o telemóvel ficou sem bateria logo de seguida, enervei-me porque isso ia implicar ir ainda a casa depois do almoço e antes da entrevista às 15.30 para responder a emails, fui para Belém, cheguei antes dele, perguntei se tinham um carregador de iphone, tinham, respirei de alívio, almocei com o meu amor, com vista para o rio e para o ministro Miguel Macedo, saí já com o telemóvel carregado, fui para o carro enviar dois emails urgentes, segui viagem para a Avenida 5 de Outubro, estacionei à segunda volta, entrevistei a Teresa, uma cega despachada, autónoma e alegre, saí, respondi a mais alguns emails e mensagens escritas, dirigi-me a casa, passei antes pela mercearia, entrevistei o Rogério Samora por telefone, fui buscar os miúdos à carrinha, perguntei a um como foi o dia, o que almoçou, o que lanchou, que tal os professores, perguntei ao outro como foi o dia, o que almoçou, o que lanchou, que tal a professora, fiz mais quatro perguntas à Mafalda Arnauth, olhei para as horas, fui para a cozinha, pus o bacalhau a cozer, desliguei o lume, deixei arrefecer, desfiei, pedi ao Manel que ligasse à avó a convidar para jantar, pedi-lhe que ligasse à prima Cristina e ao João a dizer que viessem também, pus o bacalhau a refogar, deitei batatas palha, deixei amolecer um pouco, pus num tabuleiro, deitei molho béchamel por cima, levei ao forno, achei que era escasso para tanta gente, descongelei três hambúrgueres para os meus três pássaros, fritei, cozi massa, chegou o Nuno, depois a Sónia, ficaram espantados por afinal não irmos ao H3 antes do teatro, chegou a minha mãe, chegaram a Cris e o João, o Ricardo e a Cris puseram a mesa, o Ricardo deu banho aos miúdos, vesti-lhes os pijamas, o bacalhau alourou, respondi a mais um email de um entrevistado, os hambúrgueres ficaram prontos bem como a massa, pus toda a gente a jantar, pôs-se a loiça na máquina, a Madalena saltou do sofá e aterrou de cara no chão, fui pôr água e dei beijinhos, despedimo-nos deles e da minha mãe, seguimos os seis para o Casino de Lisboa, onde nos sentámos, por fim, às 21.30 para ver «É como diz o outro». Ri-me várias vezes, algumas das quais com lágrimas. Depois viemos para casa. E assim terminou um dia bem acelerado.
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