Já que não dá para lhe colar a boca...
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A Mada, estas férias, transformou-se numa pequena lontra. Descobriu comidas, experimentou coisas, e o pior de tudo... gostou. Dir-me-ão alguns: ah, mas isso é uma sorte, havias de ter uma criança que não come e ias ver o drama, bate a mão na boca, levanta os braços aos céus, isso é uma maravilha, deixa a menina comer, coitadinha. Sim, senhor. É tudo muito lindo e eu sei que uma criança que não come é um desespero - a própria Madalena já passou por essa fase. Mas a verdade é que a miúda parece um saco sem fundo. Às vezes sou capaz de jurar que ela vai explodir. Come e come e come. Janta e, daí a nada, já está a pedir qualquer coisa outra vez. Os nossos amigos riem-se e acham uma gracinha, mas eu começo a ficar preocupada. A obesidade infantil é uma realidade e quanto mais cedo se combater a tendência para a lontrice, melhor.
Em casa, começou a ir à despensa e a sacar bolachas e cereais. Zanguei-me com ela, ralhei, em desespero dei-lhe uma palmada na mão quando foi apanhada em flagrante delito. Não adiantou. Vai daí e tive de recorrer a medidas extremas. Fechei a despensa a cadeado. Já não tenho aqueles fechos de armários próprios para afastar criancinhas, tenho de ir comprar. Mas até lá fica assim. O Manel, quando chegou à despensa, disse:
- Eeeeh lá! O que é isto? É por causa da crise? (ahahaahahaha!)
Quando lhe expliquei que era para evitar que a irmã entrasse no Peso Pesado riu-se. E depois de um bocadinho, perguntou:
- Ok, mas agora dá para abrires isso que eu queria tomar o pequeno-almoço?
A Mada, estas férias, transformou-se numa pequena lontra. Descobriu comidas, experimentou coisas, e o pior de tudo... gostou. Dir-me-ão alguns: ah, mas isso é uma sorte, havias de ter uma criança que não come e ias ver o drama, bate a mão na boca, levanta os braços aos céus, isso é uma maravilha, deixa a menina comer, coitadinha. Sim, senhor. É tudo muito lindo e eu sei que uma criança que não come é um desespero - a própria Madalena já passou por essa fase. Mas a verdade é que a miúda parece um saco sem fundo. Às vezes sou capaz de jurar que ela vai explodir. Come e come e come. Janta e, daí a nada, já está a pedir qualquer coisa outra vez. Os nossos amigos riem-se e acham uma gracinha, mas eu começo a ficar preocupada. A obesidade infantil é uma realidade e quanto mais cedo se combater a tendência para a lontrice, melhor.
Em casa, começou a ir à despensa e a sacar bolachas e cereais. Zanguei-me com ela, ralhei, em desespero dei-lhe uma palmada na mão quando foi apanhada em flagrante delito. Não adiantou. Vai daí e tive de recorrer a medidas extremas. Fechei a despensa a cadeado. Já não tenho aqueles fechos de armários próprios para afastar criancinhas, tenho de ir comprar. Mas até lá fica assim. O Manel, quando chegou à despensa, disse:
- Eeeeh lá! O que é isto? É por causa da crise? (ahahaahahaha!)
Quando lhe expliquei que era para evitar que a irmã entrasse no Peso Pesado riu-se. E depois de um bocadinho, perguntou:
- Ok, mas agora dá para abrires isso que eu queria tomar o pequeno-almoço?