Dores, dores, muitas dores
Não me lembro de alguma vez ter sentido tantas dores no corpo, depois de um treino, como as que sinto hoje. Cada vez que me sento, parece que a parte de cima das coxas se vai rasgar aos bocados. O mesmo sempre que me levanto. E descer escadas? E descer escadas, senhores? Cada degrau implica um esgar de dor acompanhado de um gemido sussurrado (mas a minha vontade, para ser sincera, era gritar). Pôr o pé no acelerador dói. Andar na rua dói. Dou por mim a atirar as pernas para a frente, como se tivesse uma deficiencia qualquer nos joelhos. Na passadeira, nem me atrevi a passar o vermelho, apesar de não vir nenhum carro, com medo que aparecesse um de repente e eu não conseguisse correr para chegar ao passeio do outro lado da estrada.
Enfim. Já sei que «no pain, no gain», mas também sei que o «gain» de ontem nunca será tão grande como a «pain» que sinto hoje. Se fosse, meus filhinhos, era ver-me todos os dias a obedecer às ordens do fuzileiro. Oh lá se era!
Enfim. Já sei que «no pain, no gain», mas também sei que o «gain» de ontem nunca será tão grande como a «pain» que sinto hoje. Se fosse, meus filhinhos, era ver-me todos os dias a obedecer às ordens do fuzileiro. Oh lá se era!