Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Bootcamp

Pois dizer-vos que fui ao treino da Bootcamp e estou praticamente defunta. Comecei a correr toda chica-esperta, ah e tal eu corro 10 km duas ou três vezes por semana, isto vai ser canja, e eis senão quando a coisa começou a doer: subidas rápidas de um monte de relva, elevações, flexões, saltos e santinhos, abdominais, mais elevações, exercícios de agachamentos a pares ... o que sei é que a páginas tantas comecei a ver tudo azul e tive mesmo de me sentar, não fosse enfiar com a cornadura no solo, mais uma vez. O instrutor era querido, nada de gritos e apitos, puxava por nós mas sem violências parvas e fechando os olhos a algumas lentidões. Além disso, e aqui que ninguém nos ouve nem vê, dizer que era uma brasa daquelas que vale a pena o esforço (talvez assim convença o meu homem a vir comigo).
Apesar de quase ter falecido, gostei muito. Trabalhei músculos que já nem me lembrava que possuía, diverti-me, ri-me, esforcei-me. Quando acabou, dei boleia a uma rapariga que já anda nisto há 1 ano. A certa altura eu disse: «Isto deve ser bom para abater uns quilos, não?» Ela, magríssima, sorriu e respondeu: «Há um ano eu pesava 80 quilos. Hoje peso 56.» Eeeeeeeeh lá!!!! Se já tinha gostado da aula experimental, com tal informação decidi-me: vou inscrever-me no Bootcamp, está feito!
Agora vou ali gemer agarrada às perninhas. Até amanhã. Se não postar é porque não consigo mexer os dedos.

Lesionado

id="BLOGGER_PHOTO_ID_5647066643615466322" />
Ontem o Manel fez um remate pouco certeiro. Em vez de chutar na bola... chutou num degrau de pedra. Chorou desesperado, o pé começou de inchar, gelo para cima e muito Voltaren. Mas hoje o rapaz não estava melhor. O pé parecia a pata do Shrek, e ele não o punha no chão nem que o Voldemort lhe aparecesse à frente. Conclusão? Hospital com ele. Raio-x, ossos inteiros. Ruptura de ligamentos. Pé com meia elástica, anti-inflamatório de 8 em 8 horas, muito gelo, perna ao alto e... canadianas. Ele oscila entre a tristeza profunda por não poder jogar à bola (o seu único interesse nesta vida, praticamente) e o orgulho na sua mazela. Os amigos estão todos cá em casa, solidários e a olharem para ele como um ferido de guerra. É um herói, o rapaz. Infelizmente, não me parece que chutar num degrau em vez de acertar na bola diga muito sobre o seu talento futebolístico. Mas isso, claro, eu não lhe digo.

Glup

Acabo de receber uma má notícia profissional. Uma publicação a menos. Uma porta que se fecha, para mim e para vários jornalistas e fotógrafos e colaboradores vários. Fico então à espera que se abram janelas, para compensar.

Querido José Barata Moura

Sempre adorei as tuas canções. Come a papa, Joana come a papa; a bola do Manel, o fungagá da bicharada. Sei as letras do disco do fungagá todas de cor. Mal tive o primeiro filho comprei o CD para que ele também as aprendesse. Todos cá por casa as ouviram, todos cá por casa as cantaram. Mas...
Mas a minha terceira filha, Madalena, é mais que tua fã. É uma taradinha, que te ouve cantar todo o santo dia, sem se cansar. José... eu, que sempre adorei a Joana come a papa começo a sentir tonturas mal a oiço. Todos os dias, logo pela manhã, ainda com remelas nos olhos, a pequena Mada pede: «Come a papa, Joana?» Eu finjo que não oiço, assobio para o ar, tento distraí-la. Mas nada. A Madalena não desiste. E eu, nós todos, escutamos exaustos a menina que era um castigo para comer. Ainda agora, que aqui estou a escrever este post, tenho a música nos ouvidos e ela ao meu lado, contente, a cantar a letra que sabe de cor: «1, 2, 3, uma colher de cada vez. 4, 5, 6, era uma história de reis...»
Nas férias, o rapaz que dava concertos no hotel deparou-se com uma coisinha minúscula à sua frente a pedir: «Senhor? Ó senhor? Come a papa, Joana?» E ele, enternecido, tocou e cantou a canção: «7, 8, 9, ainda nada se resolve; 10, 11, 12, à espera que a mosca pouse...»
De maneira que é isto, José. Queria que soubesses. Que as gerações passam e a música fica, sempre, apaixonante e, no caso da minha filha, viciante.