... ele chegou às 20.30. Nada mau. Pena parecer um farrapito. Eu também vou ali desmoronar no sofá, de língua de fora. Eeerr... acho que estou a precisar de férias. :)
Estive três semanas de pousio. Hoje voltei à vida. Tenho uma dorzinha de cabeça como que a dizer: filha, filhinha, o que raio vem a ser isto de tanta actividade, tanta correria, tanto stress, tu que te ajeitaste tão bem a fazer de morta durante tantos dias? Hum? Pois. Já me fartei de dar ao cabedal, já fui buscar a coelha ao Algueirão (só Deus e o GPS é que sabem como é que consegui lá chegar, neste estado de aparvalhamento em que me encontro), e neste momento tenho seis crianças em casa: os meus e mais três vizinhos. Ah, pois, mas eles que esqueçam os bolinhos feitos na Bimby, que isto foi demasiada acção para primeiro dia. Ofereci-lhes gelados da Olá e já gozaram. Espero que amanhã seja mais fácil fazer as coisas de todos os dias. Espero que os meus neurónios acordem. Ah, como é duro regressar. E o Euromilhões aqui para a menina, não?
Sim, tinha saudades da minha casa (se bem que agora, que ainda não tenho tudo arrumado, ou melhor, agora que ainda está tudo desarrumado, as saudades passaram num ai). Sim, tinha saudades da minha vida de todos os dias, o que só revela que a minha vida de todos os dias é boa e bonita. Sim, tinha saudades de escrever e de pensar (os meus neurónios começavam a correr sério risco de paralisar). Mas agora que cá estou... apetece-me imenso voltar para as férias. O pior de tudo foi ouvir o despertador novamente e ver o meu homem sumir-se pela porta da rua, enfiado no seu fato cinzento, com o ar mais triste do mundo. Aiii, como custa deixarmos de ser os cinco a toda a hora.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646229794314134642" /> A minha amiga S. (querida que só ela) ofereceu-nos a todos (ao todo éramos 13: três casais e seus rebentos) uma maravilhosa sessão fotográfica nas férias. A fotógrafa Mariana Sabido teve de se munir de muita paciência para aturar meninas fugidias (duas Madalenas, uma Luísa e uma Teresa), e três rapazes esquivos (um Manel, um Martim e um Francisco). O resultado é perfeito. Esta é só uma amostra.
Na revista Time Out Lisboa (que, com muito gosto, ajudei a fazer nascer) há uma secção chamada «Ouvido no Metro». São as pérolas escutadas no metro, na rua, na vida. Frases que, descontextualizadas, são parvas, cómicas, hilariantes, quase-provérbios, ou apenas private jokes. Aqui fica uma selecção do «Ouvido nas férias» lá pelas nossas bandas:
- Eu preciso de beber cerveja porque estou com sinusite.
- Vamos Gazelar?
- Sinto-me Gazelado.
- O meu pai é como uma ovelha. Tem pelos que o aquecem.
- Olá osga... ela não fala...
- Quando eu e o Brasil estávamos no Nuno...
- Larga-me as papilas.
- Posso chatear a minha mulher ou não? Esse é o meu trabalho.
- Estou a precisar de uma ostra na minha vida.
- Oh mãe, estou apaixonada por um júri.
- Sou o teu corta-unhas pessoal.
- Queijinho on the side, à maneira.
- Porque é que nos deste comida de lar?
- Não te preocupes que o meu GPS vai direitinho à Paixa.
- Estive a tarde toda a pôr os ovos, tenho direito a comê-los.
- Larguei a gemada e comecei na cerveja.
- Queres uma infusão?
- Cheiras a vinho. Cheiras muito a vinho.
- O pai é amigo, o pai é muito amigo, quem é o pai amigo?
- Carninha picada para o almoço, carninha picada para o jantar.