Para uma amiguinha pequena
Era uma vez uma princesa tão linda, mas tão linda, tão elegante, mas tão elegante... que se quebrava por tudo e por nada. Ela era como uma bailarina de uma caixinha de música. Alta, esguia, linda. E frágil. Era preciso ter para com ela com todos os cuidados. Qualquer toque mais brusco e... lá se partia a doce princesa.
No reino todos sabiam da sua condição. E todos se preocupavam muito com a princesinha de cristal, como ficou conhecida. Ninguém a queria ver partida. Ela era tão linda...
Às vezes, a princesa ficava contente por ter gesso. Pode parecer estranho que alguém possa ficar contente por ter um braço partido mas, na verdade, não tem nada de misterioso. A verdade é que as amigas da menina, quando a viam de novo quebrada, a enchiam de mimo e atenção. E quem é que não gosta de mimo e atenção?
Mas, se por vezes a princesa ficava satisfeita, outras vezes ficava triste. Porque lhe doía no sítio quebrado ou porque não podia brincar com as amigas à sua vontade. Uma vez, no Verão, a princesa não pôde dar aqueles mergulhos na piscina nem na praia e ficou muito, mas mesmo muito triste.
Certo dia, estava muito calor, e a princesa abriu a janela do seu palácio. Nisto, apareceu uma fada, muito pequenina, a reluzir.
- Olá, princesa!
A princesinha assustou-se e caiu, mas felizmente não partiu nada.
- Desculpa, não te queria assustar! - lamentou a fada.
- Não faz mal... tu... tu... tu és uma fada? - balbuciou a linda princesa.
- Sou. E estou aqui para te dizer uma coisa. Apesar de te partires com facilidade, apesar de teres esse aspecto encantadoramente frágil, vais ser a mulher mais forte deste reino e de todos os reinos vizinhos.
- Forte? Forte como? Assim muito, muito gorda? - temeu a princesa.
A fada riu-se. Mas riu-se mesmo muito, às gargalhadas. A princesa não sabia que as fadas podiam rir assim.
- Não! Vais ser elegante e linda, a mais perfeita do reino. Mas vais ser corajosa e inteligente, vais ser capaz de fazer coisas fantásticas, vais ser a melhor princesa do mundo!
- A sério? - quis saber a menina - Mas... e os meus ossos, vão continuar a partir-se como se fossem de cristal? É que isto às vezes é aborrecido, sabes?
- Sei, claro que sei! E a partir de hoje nunca mais te vais quebrar.
- Não????
- Não! Os teus ossos agora estão mais fortes porque estás mais crescida e a comer muito melhor. Tenho uns olhos especiais, que vêem os ossos, e consigo ver que estão rijos, quase inquebráveis, na verdade. Mas o mais importante é aquilo que te disse há pouco: tu vais ser uma mulher forte e corajosa, capaz de actos heróicos, apesar da tua aparência franzina e delicada. Aliás, já és uma menina muito bravia! Todos no reino te adoram e admiram. E vais ser sempre muito feliz.
E, dito isto, a fada disse adeus e sumiu, pela mesma janela por onde entrara.
E a verdade é que a linda princesinha nunca mais se quebrou. E apesar de se ter mantido sempre linda e elegante, ao longo dos anos, foi capaz de grandes valentias e passou a ser conhecida, no seu reino e nos reinos vizinhos, como «A princesinha corajosa».
No reino todos sabiam da sua condição. E todos se preocupavam muito com a princesinha de cristal, como ficou conhecida. Ninguém a queria ver partida. Ela era tão linda...
Às vezes, a princesa ficava contente por ter gesso. Pode parecer estranho que alguém possa ficar contente por ter um braço partido mas, na verdade, não tem nada de misterioso. A verdade é que as amigas da menina, quando a viam de novo quebrada, a enchiam de mimo e atenção. E quem é que não gosta de mimo e atenção?
Mas, se por vezes a princesa ficava satisfeita, outras vezes ficava triste. Porque lhe doía no sítio quebrado ou porque não podia brincar com as amigas à sua vontade. Uma vez, no Verão, a princesa não pôde dar aqueles mergulhos na piscina nem na praia e ficou muito, mas mesmo muito triste.
Certo dia, estava muito calor, e a princesa abriu a janela do seu palácio. Nisto, apareceu uma fada, muito pequenina, a reluzir.
- Olá, princesa!
A princesinha assustou-se e caiu, mas felizmente não partiu nada.
- Desculpa, não te queria assustar! - lamentou a fada.
- Não faz mal... tu... tu... tu és uma fada? - balbuciou a linda princesa.
- Sou. E estou aqui para te dizer uma coisa. Apesar de te partires com facilidade, apesar de teres esse aspecto encantadoramente frágil, vais ser a mulher mais forte deste reino e de todos os reinos vizinhos.
- Forte? Forte como? Assim muito, muito gorda? - temeu a princesa.
A fada riu-se. Mas riu-se mesmo muito, às gargalhadas. A princesa não sabia que as fadas podiam rir assim.
- Não! Vais ser elegante e linda, a mais perfeita do reino. Mas vais ser corajosa e inteligente, vais ser capaz de fazer coisas fantásticas, vais ser a melhor princesa do mundo!
- A sério? - quis saber a menina - Mas... e os meus ossos, vão continuar a partir-se como se fossem de cristal? É que isto às vezes é aborrecido, sabes?
- Sei, claro que sei! E a partir de hoje nunca mais te vais quebrar.
- Não????
- Não! Os teus ossos agora estão mais fortes porque estás mais crescida e a comer muito melhor. Tenho uns olhos especiais, que vêem os ossos, e consigo ver que estão rijos, quase inquebráveis, na verdade. Mas o mais importante é aquilo que te disse há pouco: tu vais ser uma mulher forte e corajosa, capaz de actos heróicos, apesar da tua aparência franzina e delicada. Aliás, já és uma menina muito bravia! Todos no reino te adoram e admiram. E vais ser sempre muito feliz.
E, dito isto, a fada disse adeus e sumiu, pela mesma janela por onde entrara.
E a verdade é que a linda princesinha nunca mais se quebrou. E apesar de se ter mantido sempre linda e elegante, ao longo dos anos, foi capaz de grandes valentias e passou a ser conhecida, no seu reino e nos reinos vizinhos, como «A princesinha corajosa».