José consumiu drogas leves e pensou que era só um consumo social, sem importância. Mas depois passou a sentir necessidade de fumar drogas leves em casa, sozinho. José achava que não estava viciado, pensava que se quisesse deixava de fumar no dia seguinte. Mas estava enganado. Foi preciso haver uma situação limite para lhe mudar a vida. Para ouvir aqui.
Hoje conheci uma mulher que teve um aneurisma e três AVCs. Ah, e mais uma hidrocefalia. Os médicos não davam grandes esperanças à família. Ou bem que ela quinava ou ficava um vegetal. Nenhuma das opções era animadora para os pais, para o marido, para as filhas pequenas, para o resto dos familiares e amigos. Mas, no seu estado inerte, I. viu uma luz branca e ouviu uma voz: «acalme-se e escolha: quer ir ou quer ficar?». I. escolheu ficar. Para ouvir dentro de dias, no Nós Vencedores da Antena 1 (como sempre, às 18.55)
Sete dias depois da ida ao hospital, pequena gorda continua arfante, ofegante e a miar, como se tivesse mil gatos aprisionados dentro do peito. De manhã e à noite é quando está pior, que dá dó. Hoje o pediatra auscultou e fez cara feia. Mais cinco dias de corticóides, bronco-dilatadores e outros químicos para dentro da pessoa de meio metro. Terça-feira volta lá, para ver como evoluiu. Entretanto, pode ser que os ares do campo a ajudem a melhorar. Sexta-feira lá vamos todos para os lindos alentejos.
Mas afinal o que raio vem a ser isto? Velhice? Acordei às 4, porque pequena Mada choramingou, e pronto. Acabou-se. Vim para o computador e escrevi um texto que tinha de entregar até ao final da manhã. São 6h, agora, e já o enviei. Se calhar vou continuar a pôr a escrita em dia (literalmente). O sono, esse, foi-se. Acho que estou a ficar velha. Ou só maluca.