Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Madazinha bronquiolítica

Ela já andava aflita há uns três dias, sobretudo à noite. A garganta a fazer um buraco, a secção intercostal a revelar dificuldades respiratórias inequívocas. Fiz-lhe bomba de ventilan com câmara expansora, ficou histérica mas a repirar melhor. Três noites disto. E muita tosse. E ranhi, muito ranhi (que é como ela chama ao ranho). Esta noite começou também a febre. Muita febre. As costas a arder, toda ela em brasa. E hoje de manhã ela de novo à toa, ofegante, o corpo a arquear em busca do ar vital, um peixinho fora de água, febril e nervoso, mas sempre sempre bem disposto, apesar de tudo.
Infelizmente, nem sempre é possível ultrapassar as coisas com alegria e optimismo. A gente bem tentou acreditar que passava mas não passou. No hospital dizem que é coisa viral, quase de certeza, olham o raio x e dizem que está muito carregada, apertam a barriga, enorme, cheia de ar, «coitadinha, tanto ar aqui dentro, a tentar respirar», mandam comprar a farmácia inteira, antibiótico, celestone, ventilan, atrovent, a carga toda metida no contentor que é o nosso armário dos medicamentos. E a recomendação, feita de dedo espetado e olhos muito abertos: se estiver aflita tragam logo à urgência. Ela está branca, branquinha. Parece um pardal anémico. Ai, caraças, custa tanto vê-los doentes. E isto não é nada, faria se fosse.