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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

As coisas que me acontecem... parte II

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Cheguei a casa e ele tinha um presente para mim.
E eu balbuciei durante meia hora.
E saltei-lhe ao pescoço (e por pouco não lho partia).
Obrigada, meu príncipe encantado (é piroso, mas foi o que me ocorreu). Obrigada pela cumplicidade, Manabela. :) Estou desejosa de ter uma ocasião para os usar. Acho que vou inventar uma ocasião já amanhã. Ahh... que lindos Choos...

As coisas que me acontecem...

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Há bocado ouvi o Martim a gritar:
- Mãeeeee, mãeeeee! A Margarida está a sangrar, a Margarida está a sangrar!!!
Dei um pulo e vi sangue por todo o lado, no terraço. Paniquei. Pensei que fosse da boca, que o bicho me estivesse a escarrapichar sangue de algum derrame interno, temi o pior. Naquelas fracções de segundo que antecederam o salto que dei para o terraço, pensei: um derrame interno, pego-lhe e esvai-se, ai f***-**, e os miúdos ali, a assistirem a isto, ai.
Logo depois percebi que o sangue era de uma pata. Fiquei mais calma. E depois foi andar atrás dela, para a conseguir apanhar. Eu, o Martim, o Manel, a D. Emília. Finalmente, apanhei-a. Meti-a numa cesta e fui a correr ao veterinário, em Telheiras.
Era uma unha partida, nada de especial, aproveitei para dar uma vacina em atraso, mais o desparasitante e, quando chegou a hora de pagar, não havia multibanco e tive de ir levantar.
Quando estou a caminho da caixa multibanco, oiço gritos:
- Ajudem-me! Ajudem-me por favor!
Escrutinei o sítio com o olhar e eis que bato a vista numa senhora, velhinha, num primeiro andar, aos gritos:
- Ajudem, por amor de Deus! Eu morro aqui!
Aproximei-me, o coração em sobressalto.
- Ai, senhora, o que é que foi?
- Ai que eu morro. Ajude-me! É o 1º A.

Preparava-me para tocar e subir quando o lado mais consciente pensou:
- Espera lá. E se é algum mânfio a usar a velhinha como isco e depois eu entro e levo uma porrada na cabeça e sacam-me tudo o que tenho e o que não tenho?

Vai daí e saquei um senhor que ia a passar (salvo seja).
- Olhe, o senhor pode ir ali comigo? Uma senhora do 1º andar estava ainda agora aos gritos, a pedir ajuda, e eu tenho algum medo de ir sozinha. Sei lá o que vou encontrar.
O homem, que parecia não entender o meu medo de uma velhinha indefesa e aflita, assentiu, com surpresa no olhar.
No elevador, expliquei-lhe:
- Sabe-se lá se não é um ardil.
- Um quê?
- Quero dizer: se não está para lá um gandulo que me queira fazer mal. Assim sempre somos dois - e, mirando o homem de alto a baixo, pensei na minha ridícula escolha. Afinal de contas, o que é que aquele homenzinho baixo, gordito e a tresandar a álcool e sovaco poderia fazer para me defender?

Tocámos à porta, ao 1º A, B e C. E ninguém respondeu. Assustada, desci, com o homem a reboque.
- Vou ligar para o 112 - disse eu.
- Pois, é capaz de ser o melhor - respondeu ele.

Estava eu a falar com o senhor do 112 quando apareceu uma senhora, de bata, com ar de conhecer toda a vizinhança. Vi-a a falar com o meu ajudante e foi então que ela se abeirou de mim:
- Não é preciso ligar o 112, menina! A dona C. não está boa da cabeça, coitada. Diz que não quer estar sozinha e põe-se nestes preparos.
Certifiquei-me que sabia o que dizia, veio outra vizinha que atestou, e fiquei a saber que a senhora está demente e que grita muito. Mas que afasta todos os que se aproximam para ajudar, porque depois inventa que a roubaram.

E saí dali a pensar em como pode ser terrível, a velhice. E em como são afortunados os velhos que são os protagonistas desta semana no Nós Vencedores. Homens e mulheres com saúde física e mental, com família e amigos, com vida para viver.
Saí de Telheiras com uma coelha boa da pata mas com o coração apertado, porque a velhice é muitas vezes triste, e porque depois de uma vida inteira merecíamos todos acabar de outra maneira.

Esta semana

O Nós Vencedores é muito bom. Mesmo. É sobre «vencer a idade». Porque velhos são os trapos. E as pessoas com quem falei são novas. Novinhas em folha. Exemplos, sem dúvida. Para todos os que parecem viver só à espera de morrer.

Não se deve correr todos os dias?

Há 1,5 quilos que se instalaram em mim, os porcos, e que teimam em sair. Ando a dar-lhes luta, claro, uma luta feroz. Ontem estava a dizer a uma amiga que ia começar a correr todos os dias. Ela desanimou-me: «olha que parece que não dá tantos frutos correr todos os dias. Deve ser dia sim dia não. Ouvi dizer.»
Olha que canário. Então... mas não dá frutos como? Não vou correr tão depressa? Não vou correr tão bem? Vou correr menos quilómetros? Mas, no que toca ao que me interessa, a pergunta é: vou perder menos calorias se correr todos os dias do que se correr dia sim dia não???
Vá, entendidos na matéria, expliquem-me tudo. Iluminem-me.
Agradecida.

Apagão na Luz

Aquilo que o Benfica fez é triste. Muito triste. Apagar as luzes do estádio quando a equipa adversária festeja a vitória é mesmo má onda. Coisa reles. Coisa feia. Coisa que não se faz.
Dêem graças a Deus ou aos santos ou à vossa fada-madrinha por não ter acontecido uma tragédia naquele estádio. Porque se, durante o apagão, as pessoas tivessem entrado em pânico ou tivesse tudo desatado à porrada da grossa e se tivessem morrido pessoas (que podiam ter morrido às centenas) eu queria ver como é que o Benfica se saía da brincadeira. Ter às costas uma pena por homicídio era uma coisa triste de acontecer a um clube. Que, ainda para mais, é o clube da maioria dos portugueses. Estou incrédula com tanta falta de fair-play.

Caros leitores

A cocó está, definitivamente, a passar por uma crise de meia idade. E o blogue é só um ínfimo reflexo disso mesmo. Por isso, não estranhem se ainda o modificar 185 vezes, e se vier a ter flores, caveiras, alfaces ou joaninhas. Desculpem o incómodo. Prometemos ser breves.
Ou então não.