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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Pensamentos de 1 de Abril

Hoje conheci uma mulher com um percurso de vida tramado. Já conheci muitas, muitos. A minha profissão já me deu 15 anos de histórias como as dela, piores que as dela, melhores que as dela. Não importa. Hoje, talvez por estar particularmente sensível, aquela história deixou-me pensativa.
Eu tomo-me por uma pessoa de bem com a vida. Lutadora. Bem disposta. Com ganas de viver. Adoro a vida. Mas... e se me acontecesse uma fatalidade? E se ficasse viúva, como a E., por exemplo? Se perdesse o meu amor? E se acontecesse alguma coisa a algum dos meus filhos? E se um deles tivesse nascido com um problema? E se eu, de repente, ficasse gravemente doente? Como reagiria eu? Que pessoa seria? Lutaria, faria humor negro comigo (como faço sempre) ou baixaria os braços? Seria feliz, apesar de tudo, ou resignar-me-ia à tristeza?
A minha história não é só felicidade. Tenho pedras no sapato, algumas bem grandes e pesadas e dolorosas. E a verdade é que até consigo, na maior parte dos dias, ultrapassá-las muito bem. Resolvê-las dentro de mim (até ao dia, dirias tu, Anabela). Mas... e se além dessas pedras tivesse outras, piores ainda? Seria eu a mesma? Teria esta mesma capacidade de me reinventar?

Não sei. Quero acreditar que sim. Porque gosto de acreditar nesta minha versão de mim. A de alguém que procura sempre o raio de sol no meio da tempestade. Mas... será?

Hoje estou um caco, vejam bem. E nem sei explicar porquê. Faz 15 anos que comecei a trabalhar com um homem fantástico, tenho um percurso que me deu um prazer enorme percorrer (que se lixe o pleonasmo), está sol, é sexta-feira, fiz duas entrevistas, passeei no Castelo de S. Jorge, meti o carro num parque todo automático e consegui e não o perdi nem nada (confesso que tive uma certa esperança que, em vez do meu, aparecesse um espadalhão, mas não aconteceu)... Mas estou triste. Nostálgica. Melancólica. Parvalhona.
Mal passe o calor vou correr. A ver se a endorfina me dá uma ajuda que isto hoje está ruim. Acho mesmo que é físico, porque até o corpito me dói. Ou então deu-me para me sentir velha, que isto de celebrar 15 anos de trabalho faz uma certa confusão. Enfim. Seja o que for amanhã já passou.

Nós Vencedores de ontem - Vencer a fobia

Ana Luísa queria ser médica mas tinha que vencer uma fobia. É que ela morria de medo de... cadáveres. E se é certo que um médico não tem, se tudo correr bem, de lidar com a morte, também não deixa de ser verdade que nem sempre as coisas correm bem. E o que faria ela, quando fosse médica? Fugia esbaforida? Foi então que Ana Luísa teve de enfrentar os seus... «fantasmas».
RTP - NÓS, VENCEDORES

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Faz hoje 15 anos que tu me contrataste. E todos os anos recordo a história porque nunca é demais agradecer-te por me teres dado uma oportunidade, quando nem eu achava que a merecesse. E nem sei porque foi que viste alguma coisa em mim, eu que sabia tão pouco, tão poucochinho, praticamente nada. Gostava muito de escrever, queria contar histórias, mas era mais que um bebé, era um mero embrião curioso. E tu, olheiro, viste em mim qualquer coisa e abriste-me a porta da tua empresa e da tua vida.
A minha vida não seria o que é hoje, se não fosses tu. Tenho uma certeza feroz disso e tenho uma certeza absoluta de que seria muito menos boa do que é. Por um lado, porque não tinha feito as coisas todas que fiz, ao teu lado. Aprendi, aprendi, aprendi. Sobre o jornalismo, sobre a forma como se escreve, sobre as pessoas, sobre a vida. Acompanhei-te no teu Mundo de Aventuras e no Canal Aberto e no Falatório e, claro, no DNA, essa rampa de lançamento para tanta gente. Gente que tu lançaste, generosamente, como um Mourinho do jornalismo: alguém que dá a vitória à equipa mas se alguma coisa falha está lá para dizer que a culpa foi sua. Há muita gente com a memória curta. A minha não é. E a gratidão vai sempre fazer parte do meu dicionário.
Hoje é sexta-feira, dia 1 de Abril, e, se ainda trabalhássemos juntos, faríamos 15 anos de vida profissional em comum. O facto de não fazermos chateia-me e entristece-me. Por isso, hoje vou jogar no Euromilhões com convicção e fervor. Se eu ganhar, segunda-feira já podemos comemorar este dia com outra alegria. Porque vamos fazer uma revista do catatau, os dois. Aaaaah, se vamos!
Se eu não ganhar... é uma merda. Fica o sonho adiado uma semana. Porque na próxima sexta lá estarei eu, de novo, a pôr cruzinhas num papel e a imaginar páginas e páginas de reportagens excepcionais, de fotografias lindas, de boas ideias em papel.
Beijo, Pedro. Gosto muito, tanto, de ti.