De como a Segurança Social pode ser um lugar bonito
Duas horas e meia na Segurança Social. Uma seca. Um inferno. Mas valeu pelo diálogo intercultural. A Madalena fez amizade com meninas ciganas que lhe deram bolachas e pevides. Ela deu-lhes a chucha dela e sorrisos. E trocaram festinhas e deitaram-se no chão imundo da Segurança Social e as mães ciganas agradeceram-me por deixar a menina dar-se com as suas «ciganitas» (palavras delas). E eu, basbaque:
- Então e não havia de deixar porquê?
E a bonita cigana, com os seus olhos cor de mel e os longos cabelos negros:
- Há muita gente que nem deixa os filhos chegarem-se. Como se a gente tivesse sarna. Por isso, agradeço-lhe que deixe assim a sua menina brincar com as minhas. No chão e tudo. Sem medo de sujar o vestido, que é tão lindo.
- Eu é que agradeço. Que as suas filhas são muito simpáticas e partilharam as comidinhas delas com a minha. Obrigada.
E assim, uma tarde que parecia perdida na Segurança Social foi, afinal, uma tarde ganha.
- Então e não havia de deixar porquê?
E a bonita cigana, com os seus olhos cor de mel e os longos cabelos negros:
- Há muita gente que nem deixa os filhos chegarem-se. Como se a gente tivesse sarna. Por isso, agradeço-lhe que deixe assim a sua menina brincar com as minhas. No chão e tudo. Sem medo de sujar o vestido, que é tão lindo.
- Eu é que agradeço. Que as suas filhas são muito simpáticas e partilharam as comidinhas delas com a minha. Obrigada.
E assim, uma tarde que parecia perdida na Segurança Social foi, afinal, uma tarde ganha.