Pum! Pim! Catrapumba! Zás! Catrapuz! É isto que oiço, na cozinha. Catchong! Pumba! Crash! Clonk. E calo-me. Caladinha.
Há pouco ouvi: Clack! Seguido de : Ai! A D. Emília, no seu momento raivoso da semana (espero que seja o único) partiu uma travessa e cortou o pulso. Sangue por todo o lado. Eu? Dei um penso. Removi os cacos. Virei costas. Calada. Caladinha.
Depois de um fim-de-semana com jantares com amigos e crianças a dormirem cá em casa(mais duas, além das nossas, ou seja cinco) já previa que a D. Emília hoje, quando chegasse, se pusesse a bufar e a bater com as coisas. Por isso, antes de sair para almoçar ainda dei um jeito à loiça e tirei umas coisas das cadeiras, para isto não estar tão caótico. Mas, ainda assim, acabo de chegar do meu almoço queriducho e ei-la a espancar os meus móveis com a esfregona, ao mesmo tempo que suspira profunda e sonoramente. Eu gosto muito dela mas há dias em que não é fácil, a nossa convivência. Por isso, hoje o melhor é não lhe dirigir a palavra, senão ainda me sai uma inconveniência como «também tenho dias lixados, calha a todos», ou coisa assim, e ela é bem capaz de retorquir «chiça mas isto é demais, vocês são uma cambada de índios e eu não sou cowboy mas tenho pena», ou coisa assim. Por isso, vou continuar a ouvi-la a arrastar candeeiros e mesas, riscando o chão e soprando como se estivesse em trabalho de parto. Vou continuar a ouvir tudo, encolhida e caladinha, e a fingir que não é nada comigo.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573521518961453698" /> Já sei que muitos o odeiam. Ah e tal, um dia nojentinho, cheio de mimimimis e casais aos beijinhos e restaurantezinhos com musiquinhas pastelonazinhas e mais coraçõezinhos e ursinhos e amorzinho fofinho cutchicutchizinho coisinha mais linda do seu bebé. Pois. E também sei que há por aí quem esteja de coração partido. Sem amor. Ou com um amor recém-desfeito, recém-sumido, e com uma dor recente no peito e na alma e no corpo todo. Para esses: esperança. Ignorem o dia, claro. Mas mantenham a esperança. Há por aí muito solitário à espera da alma gémea. Ou senão gémea, ao menos irmã. Companheira.
Eu... eu recebi uma mensagem que diz para me aprontar. De modos que lá vou. Ser nojentinha e mimimimi e bichinho-bichinho e coisa e tal.
Ora então cá vai. Se têm algo na vida que sentem que não vai bem. Se sentem que podiam vencer um obstáculo mas que vos falta a força de vontade, a coragem, a determinação... deixo-vos um desafio: escutem o programa Nós Vencedores da Antena 1 (todos os programas que já foram emitidos estão postados neste blogue). Inspirem-se. Pensem: «Se fulano conseguiu por que raio não hei-de eu conseguir???» O Nós Vencedores fará, no final do ano, alguns programas alusivos a vocês: aos vencedores que venceram impulsinonados pelo programa. Têm 10 meses para mostrar o que valem. Dez meses pela frente para mudarem qualquer coisa que não está bem: vencerem um vício, um obstáculo, um problema sério nas vossas vidas. Algo que só dependa da vossa vontade. Quero muito que sejam os meus vencedores. Quero muito contar convosco. E mostrar que qualquer um pode vencer. Basta que queira. Quem estiver com vontade de agarrar este desafio e ser um dos vencedores do Nós Vencedores da Antena 1 envie-me por favor um email para nos.vencedores@rtp.pt Juntos... venceremos! Bora lá?
Que foi. Mais uma edição cheia de gente com energia e ideias e garra e vontade. Eu fui a primeira oradora e acho que não correu mal. Falei de alguns dos meus entrevistados que me/nos fazem corar por todas as vezes em que nos queixámos sem razão. Gente a quem a vida pôs obstáculos a sério, gente que não ficou a lastimar-se mas antes se fez à vida, revelando uma força e uma determinação absolutamente fascinantes. São essas pessoas que me ensinam lições todos os dias. São elas que deviam ensinar-nos que o melhor da vida é viver, não ficar a choramingar pelos cantos. Viver, lutar, acreditar e tentar, em cada dia, ser melhor e ser feliz. Boa semana, gente!