A Margarida deixou-me um comentário a dizer que decidiu deixar de fumar, inspirada no programa Nós Vencedores. E eu quero aqui, publicamente, dizer que estou comovida, emocionada, feliz, exultante. E que lhe dou toda a força do mundo e mais alguma que haja em Marte, Júpiter e até em Saturno. E que se houver uma, uma pessoa que decida mudar para melhor por causa do meu programa, eu serei a pessoa mais realizada do mundo. E que o meu dia ficou muito mais bonito. E que até me esqueci do cretino inútil do meu carro. E que estou tão orgulhosa de si que até era pessoa para abraçar o triste automóvel se ele me aparecesse à frente. Força, Margarida! :)
Pois amanhã é ir ao Ignite ouvir os oradores de 5 minutos. O evento começa às 15.30 e eu lá estarei para dizer coisas, que sou pessoa que gosta de falar (é mentira, eu gosto é de escrever mas depois parece que não sei dizer que não e agora aguenta-te à bronca e faz os possíveis por não dar barraca). E no Domingo comprem a Notícias Magazine. Está lá, entre outras coisas bonitas, um trabalhinho da cocó sobre amores interrompidos e retomados. Casais que namoraram e que depois se separaram, seguindo cada um a sua vidinha, tendo casamentos e filhos e tudo. Mas que, mais tarde, reencontraram o amor do passado e... zás. O cupido fez das suas. São três histórias mesmo giras, que fazem pensar que quando um amor tem de ser... tem mesmo muita força.
13 - CARLA SILVA - VENCER O PESO by coconafralda Vencer o peso quando se tem hipotiroidismo é ainda mais difícil. Mas a Carla encheu-se de força, fechou a boca e pôs-se a mexer. Mais uma vencedora.
Há um novo parque de estacionamento low cost a 5 minutos do aeroporto de Lisboa. Custa 5€/24h e funciona assim: A pessoa estaciona, eles levam-na até ao aeroporto numa das viaturas da empresa, e a pessoa segue a sua vidinha, num avião, para qualquer parte do imenso mundo. Depois, no regresso, os senhores do parque estão à espera e levam o viajante até ao seu automóvel. Tudo incluído na tarifa de 5€ por dia. Ou então até se pode combinar o encontro no aeroporto, eles levam o nosso carro embora, e depois no regresso da viagem lá estão com a nossa viatura, à espera.
E quem criou isto foi uma dessas pessoas que se fartam do seu emprego e decidem arregaçar as mangas! Estou com ele. Força aí! (se eu tivesse carro até o deixava lá... mas o estúpido faleceu)
E lá veio o reboque, e lá o senhor me perguntou se eu não teria posto gasóleo em vez de gasolina e lá eu tive de lhe dizer que não senhor, podia ter metido mas não meti, e lá chegou o taxista, pertencente à empresa de reboques, que cumprimentou o outro com familiaridade, e depois olharam os dois para o morto e deitaram-se a adivinhar a causa da morte, isso foi a centralina, isso se calhar foi a chave que perdeu o circuito para fazer a ignição, isso é motor de arranque, e eu desejosa de me fazer ao caminho, a ver se salvava algumas das 7 entrevistas para que a viagem não fosse só uma gastação de dinheiro e rendesse alguma coisa. E depois lá fui eu, 25 km para trás, para Aveiro, levantar uma carrinha bem jeitosa mas que demorou uma eternidade a chegar porque não estava lavada, «Traga-a suja que eu não me ralo!», e como sou uma cunhada muito querida ainda fui à procura do banco onde trabalha o homem da minha irmã mas sem sucesso, avenida para cima, avenida para baixo, e nada de banco, e o tempo a passar e eu olha paciência, tão perto e tão longe, tenho de me pôr ao caminho senão lá se vai a entrevista das 12.30. Almocei com o meu entrevistado, que foi um querido e foi ter comigo porque eu estava perdida no Campo Alegre, bem longe do local previsto para a nossa conversa, e depois do almoço ainda fez questão de me guiar até ao próximo destino, da entrevista das 14h, onde cheguei já eram 14.20, febril de nervoso que sou pessoa obstinada com horários. E que bela entrevista essa, que belo exemplo de vida, um homem extraordinário, daqueles que nos fazem sentir vergonha por todas as vezes em que nos queixámos de coisinhas de nada, grandecíssimos mal agracedidos que somos. Depois olhei para o relógio, eram 15 horas, e como a próxima entrevista era às 16.30, liguei à entrevistada das 11h a perguntar se teria disponibilidade para conversar comigo naquele momento (achei que podia ser possível porque ela está, infelizmente, desempregada). Que sim. Estava na Rua de Santa Catarina. «Onde é que a Sónia está?» Sabia lá eu onde estava. Na faculdade de Biotecnologia, fosse lá isso onde fosse. Mas quem tem boca vai a Roma e, perguntando cerca de 20 vezes, lá cheguei. E o que eu gosto que me tratem por «menina»? Adoro a maneira genuína como os portuenses dizem: «Ai menina, Rua de Santa Catarina? Ai menina está tão longe!» Meti o carro no Parque da Trindade, e foi a primeira vez que me estreei nisso de enfiar um automóvel num 8º andar. Esquisito. A seguir conheci a Cristiana e a sua história arrepiante, mesmo arrepiante, mas com final feliz. E gostei dela, assim como se já a conhecesse há muito tempo. O que se seguiu não foi fácil. Uma correria para a Avenida do Bessa, uns nervos e uns gritos porque não era possível parar o carro em lado nenhum, mas finalmente estava sentadinha na Chaleira a entrevistar a Joana e a sua luta impressionante, e depois foi correr muito até à casa da Cláudia, porque já passava bastante da hora e ela tinha de sair para uma reunião. Mais um relato do caraças, mais uma excelente história. Por fim, fui buscar um primo à Casa da Música e voltei para Lisboa. Cheguei às 21.20, mais morta que nunca, mas com o gravador e o coração cheios. Adoro a minha profissão, mesmo que ela me transforme num farrapo. E agora é ir devolver o carro ao aeroporto e ficar apeada uns valentes dias, enquanto o meu carro está algures, a fazer-se de morto, o grande sonso.