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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Reis e Rosas

Primeiro foi D.Afonso Henriques, o Tratado de Zamora e o Tratado de Alcanises. E a nobreza, o clero, o povo, e a nova classe social nascida no sec.XIII, a burguesia. Estudei muito hoje, e o meu rapaz percebeu tudo, que e' mais de meio caminho andado para se gostar do que se aprende. Lembro-me de ler e achar tudo denso e imperceptivel, lembro-me de decorar palavras de Historia sem lhes entender o sentido, aborrecida como um peru.
Depois o jantar, os dentes e a historia. Comecei a ler-lhes um livro que amei, que me marcou muitissimo, chamado "Rosa, minha irma Rosa", dessa maravilhosa escritora chamada Alice Vieira. Eles ficaram quietinhos. O Tim adormeceu logo de seguida. O Manel ainda leu mais uns capitulos do "Diario de um Banana". Agora dormem os dois. E eu continuo a pensar em reis e nobres e tratados e clero. E na Rosa. Que, quando eu li o livro, era a minha irma recem-nascida, sem tirar nem por. A minha Rosa.

Dois em um, duas vezes

Entrevista ao meio-dia, ok, um bocadinho depois do meio-dia que andei desesperada à procura da chave do carro, rais ta partam que não sabes de nada, não mudes não, e depois lá cheguei e tive um bónus, além da entrevista conheci uma pessoa que andava há que tempos para conhecer, de maneira que foi o primeiro dois-em-um do dia, bem bom por sinal. Depois, segue na bisga para o Restelo, abraça seu amor na rua, pézinho no ar e o corpo todo aninhado no dele, coisa mais boa esta de amar, e a seguir almoçámos juntos no maravilhoso Love Store, onde abracei a queridíssima Ana, que já entrevistei e que é dona do sorriso mais lindo e verdadeiro de Lisboa (pelo menos de Lisboa). Passagem pelo Careca para um croissant (xiiiiiii, vergonha, vergonha!) que me caiu tão mal que estou à beira de bolsar, é bem feita para não seres lambona. Dali segui até ao CIF, onde entrevistei um rapaz que me saíu outro dois-em-um, coisa mais boa, um vencedor a dobrar, duas vitórias numa só pessoa, qual delas a mais difícil de atingir. E pronto, eu que estava cansada, de bofes de fora, fiquei outra vez feliz, cheia de alegria, porque há tanta gente maravilhosa e inspiradora e é dessa gente que é feito o meu programa e todos os dias gosto mais dele e das lições que aprendo. E agora vêm os meus meninos, um deles com uma febre tonta que só aparece de vez em quando, espaçadamente, quando a gente pensa que já se foi lá a gaja volta. E o outro vai estudar que se lixa. E ela vai abraçar-me as pernas e dizer «mamã bonita» ao mesmo tempo que pestaneja mil vezes, numa sedução sem fim que nasceu já com ela. Devia ir buscá-los mais tarde, tenho dúzias de textos para acabar, dúzias de emails para responder, dúzias de pequenas merdas para adiantar e resolver, recibos verdes para enviar, e o coração acelerado. Mas não. Agora vou só entregar-me a eles. Porque amanhã saio cedo e volto tarde, se voltar, cruzes canhoto, mas é que amanhã vou ter muito medo das alturas, muito, muito, muito, mas vou fingir que não, que sou valente, qual medo qual quê, sou uma jornalista ou sou um rato?
(Pois... Se calhar sou um rato. Mas um hamster! Com nível.)