Cocó na Fralda

O MAI (Ministério da Administração Interna) lançou uma forma esperta e rápida e moderninha de um cidadão que perde tudo, como eu, poder saber o seu número de eleitor no momento em que constata que o seu cartão não está em parte nenhuma. Uma das formas é, dizem eles, enviar um sms para um número com o número do BI e a data de nascimento. Enviei. Não aconteceu nada.
Tentei então ir ao site www.recenseamento.mai.gov.pt e preencher os dados obrigatórios. Aguardei. Aguardei mais um pouco. E mais um pouco. E continuo a aguardar. Dir-me-ão: «Ah, a página deve estar com muito tráfego!» Palavra? Quererá isso dizer que vai haver uma corrida estrondosa dos cidadãos às urnas? Ou significa apenas que a página é tão manhosa que não aguenta dois gajos ao mesmo tempo à procura do seu número de eleitor?
Se pegarmos nestes pequenos exemplos podemos bem aferir da eficiência do governo, em geral. Quando duas ferramentas que se queriam facilitadoras do processo eleitoral falham de um modo tão esplendoroso fica uma sensação de falhanço geral, de incompetência, de inabilidade. E, para quem já está longe da política, deve dar ainda menos vontade de sair de casa. Mas, vá, coragem. Toca a votar. Pode ser que, quando voltar, já a página do MAI me tenha dado o número de eleitor.