A misteriosa morte de Carlos Castro
Ainda estou a bater mal com a notícia do brutal assassinato do cronista social. Por um lado porque era alguém conhecido e a gente tem a mania de achar que a malta conhecida não quina. Mas sobretudo pelo modo como morreu, com uma violência extrema, inesperadamente.
O que terá acontecido, naquele quarto de hotel? Tudo indica que o agressor terá sido Renato Seabra, um jovem de Cantanhede, aparentemente sereno, simpático, «normal». Se foi ele, o que o terá levado a perder a cabeça e a matar?
Sempre que um suspeito de homicídio ou de outro crime violento é descrito por todos como uma jóia de pessoa dou por mim a pensar nisto: até que ponto todos nós somos potenciais homicidas? Qual é, afinal, a fronteira entre a sanidade e a loucura? E se, de repente, qualquer um de nós fosse posto numa situação limite? Quem mataria e quem nunca seria capaz de o fazer?
Além disto, e do pobre Carlos Castro, penso também na mãe do tal rapaz, ou não fosse eu mãe de dois rapazes. O que sentirá uma mãe, perante a possibilidade de ter um filho homicida? O que irá no seu coração, que dores, que culpas, que medos? Que vertigem será a sua, perante a pena de prisão perpétua que se avizinha, num país distante, caso tudo se confirme?
Uma vez mais penso nas portas da nossa vida. Portas que nos levam a caminhos, uns excelentes, outros bons, outros péssimos. Se o Renato não tivesse ido para o programa da Fátima Lopes, se não tivesse sonhado ser manequim, se não tivesse conhecido Carlos Castro... se calhar estava na sua vidinha de sempre, a terminar o curso de Desporto, em Cantanhede, e o Carlos Castro estava vivo. Se calhar nunca na vida matava ninguém (se é que matou). Se calhar tudo era diferente. Mas quem pode adivinhar, antes de abrir a porta e entrar? Quem pode saber? É por isso que, sempre que tenho duas portas ou mais, fico tão indecisa, e penso tanto, e tenho tantas dúvidas e receios e nervos. Nunca se sabe se o que nos espera, do outro lado, é bom ou se é mau. Nunca se sabe se é o fim de tudo. Para o Carlos foi. E se se confirmar que o Renato é o culpado, para ele também foi. Uma porta para o abismo. O fim da linha.
O que terá acontecido, naquele quarto de hotel? Tudo indica que o agressor terá sido Renato Seabra, um jovem de Cantanhede, aparentemente sereno, simpático, «normal». Se foi ele, o que o terá levado a perder a cabeça e a matar?
Sempre que um suspeito de homicídio ou de outro crime violento é descrito por todos como uma jóia de pessoa dou por mim a pensar nisto: até que ponto todos nós somos potenciais homicidas? Qual é, afinal, a fronteira entre a sanidade e a loucura? E se, de repente, qualquer um de nós fosse posto numa situação limite? Quem mataria e quem nunca seria capaz de o fazer?
Além disto, e do pobre Carlos Castro, penso também na mãe do tal rapaz, ou não fosse eu mãe de dois rapazes. O que sentirá uma mãe, perante a possibilidade de ter um filho homicida? O que irá no seu coração, que dores, que culpas, que medos? Que vertigem será a sua, perante a pena de prisão perpétua que se avizinha, num país distante, caso tudo se confirme?
Uma vez mais penso nas portas da nossa vida. Portas que nos levam a caminhos, uns excelentes, outros bons, outros péssimos. Se o Renato não tivesse ido para o programa da Fátima Lopes, se não tivesse sonhado ser manequim, se não tivesse conhecido Carlos Castro... se calhar estava na sua vidinha de sempre, a terminar o curso de Desporto, em Cantanhede, e o Carlos Castro estava vivo. Se calhar nunca na vida matava ninguém (se é que matou). Se calhar tudo era diferente. Mas quem pode adivinhar, antes de abrir a porta e entrar? Quem pode saber? É por isso que, sempre que tenho duas portas ou mais, fico tão indecisa, e penso tanto, e tenho tantas dúvidas e receios e nervos. Nunca se sabe se o que nos espera, do outro lado, é bom ou se é mau. Nunca se sabe se é o fim de tudo. Para o Carlos foi. E se se confirmar que o Renato é o culpado, para ele também foi. Uma porta para o abismo. O fim da linha.