Quanto é razoável pagar a uma senhora que venha a casa, todas as tardes, das 14h às 18h, para tomar conta da Madalena? Encontrei uma pessoa mas não sei quanto devo propor, quanto será justo propor. Alguém me ajuda?
...Para me resgatar à tristeza. Estava aqui a trabalhar, a aviar textos como se não houvesse amanhã, quando começou a dar um programa da tarde. O Quim Barreiros entra então em cena a cantar:
Se és o meu borracho mete a mão aí em baixo abre a boca e fecha os olhos vais sentir prazer aos molhos quando a coisa amolecer e o licor então verter
Bombom, é tão bom, amor! O meu cherrie é um bombom que tem licor.
Tristeza? Neura? Quais quê?! Com esta letra passa tudo! É de uma elevação, de um nível, de uma fineza... chique a valer.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465869838383714082" /> ... e se fôssemos para o Brasil? Vendíamos o que temos por cá, montávamos lá a nossa pousada, uma coisa linda-linda, arranjávamos acordos com operadoras turísticas, recebíamos os clientes e bebíamos água de côco, caipirinhas e éramos felizes? A ideia já surgiu várias vezes em conversa cá em casa. Ontem voltou a surgir. Um dia destes passamo-nos e vamos viver para o outro lado do mundo. De havaiana no pé e Caetano Veloso a tocar na vitrola. Os putos tornam-se brasileiros, um deles já é meio índio da Amazónia, ficava tudo familiarizado num instante. Quem sabe?
Passei toda a manhã no Hospital Garcia de Orta, porque estou a fazer uma reportagem que me vai fazer andar em vários hospitais, durante uns tempos. E eu lido bem, muito bem com estas coisas: os doentes, o cheiro, até já assisti a cirurgias cardíacas, "de peito aberto" com o Professor Manuel Antunes e não me fez confusão nenhuma, e autópsias e tanatopraxias com a Servilusa. Mas... ... veias... tenho uma fraqueza com veias. E hoje, andei a acompanhar a recolha de sangue de alguns pacientes complicados. Não saía sangue do braço, lá se foram eles à veia femoral, na virilha. Hummmm, que pitéu. E o calor no quarto e eles a falarem e a voz cada vez mais longe, e as coisas a ficarem difusas, e eu a sentir aquela borbulhagem dentro da mioleira, como que a dizer, não te sentes não minha menina e vais abrir a cornadura de encontro à primeira mesa, e foi a enfermeira chefe que me viu e gritou: "Venha cá que você vai desmaiar de certeza!" Abriu uma janela e, vendo-me de bata branca, pensou que era estudante e quis tranquilizar-me: "Não tenha vergonha, nem se assuste. É uma reacção normalíssima! Praticamente todos os estudantes se sentem mal, pelo menos uma vez. E em coisas tão simples como tirar sangue. Às vezes são as que fazem mais impressão." Sorri e não consegui explicar que era jornalista, porque a minha língua não obedecia aos comandos trôpegos do cérebro. Depois de me passar o fanico, continuei. Mas agora já sei que vou ficar todo o dia assim, azambuada, como se estivesse sob o efeito de uma droga ruim. Sinto-me estúpida como uma porta de chapa ondulada. O que um gajo (neste caso uma gaja) tem de sofrer para ganhar a vida...
- Ó mãe, sabes que os meus amigos têm email? - Ah, sim? - Sim. - Hum. - Posso ter? - Podes. - Vivaaaaaaaaaaaa! - Ó mãe, e sabes que têm facebook? - Os teus amigos têm facebook???! - Sim! A sério! O Gonçalo, o Tomás, o Guilherme... - Hum. - Posso ter? - ... Podes...
E assim passei um serão, a criar contas de email e de facebook, a aldrabar na idade e a enviar pedidos de amizade e a confirmar outros tantos, e a apertar o controlo de privacidade, para não ter de correr à pedrada gente esquisita que queira aproximar-se do meu bichano. A coisa é: deixá-los voar mas sempre atentos aos perigos do voo. Definitivamente, a partir daqui a nossa vida vai começar a complicar-se e vamos ter de ser polícias muito mais vezes do que gostaríamos (sem desprimor para os polícias). Só espero que consigamos ser mais vezes good cops do que bad cops. O meu filho mais velho tem facebook. Canário, estou mesmo a ficar velha.
A Cocó vai recasar (gosto desta coisa de falar de mim na terceira pessoa, ainda me habituo a isto). Vai fazer 10 anos de casamento e vai fazer uma festarola de arromba, uma espécie de novo casório. A Cocó está a pensar usar um vestido que só foi usado duas vezes e, assim, poupar umas coroas que a vida está difícil. Mas, por outro lado, tem pena de não estrear assim um vestido lindo. Só que já foi a algumas lojas e não se apaixonou por nenhum. Alguém tem sugestões de lojas com vestidos bonitos para uma festa de recasamento? Agradecida.
Hoje, a não perder, a Grande Reportagem da SIC, a seguir ao Jornal da Noite. Uma reportagem de Pedro Coelho, que é um excelente jornalista e que, só pelo nome, já valia a pena ver. Uma reportagem sobre os filhos de homossexuais, pessoas que vivem com duas mães ou dois pais. Imperdível. Porque as famílias não têm de ser todas iguais. Porque ninguém tem nada com isso. Porque o amor pelos filhos não diminui porque se tem uma orientação sexual distinta da da maioria.
Uma pergunta: porque é que, nos filmes, sempre que uma equipa de investigação entra na casa do criminoso está sempre tudo escuro e a equipa tem de entrar de lanterna? Mesmo quando o criminoso não está, eles lá continuam, coitadinhos, a pesquisar o local de lanterna em riste, com toda a dificuldade em enxergar o caminho, com todo o perigo de tropeçar num sapato e partir o nariz. Será que os assassinos desta vida vivem todos na penumbra? Não pagam a luz? Grandes malandros, pá.