Ontem estivemos juntas as quatro. Já não jantávamos as quatro há quanto tempo? Imenso. Temos jantado as três, as duas, mas nunca mais as quatro. Fomos a casa
dela, que tinha feito um frango à moda da avó, tão bom que ainda estou cheia até agora. Ela, coitada, passou mais tempo no quarto dos miúdos do que connosco, primeiro era o A. aos saltos, depois foi o P. a chorar. Nós ficámos na sala a dizer parvoíces a maior parte do tempo, a alucinar com um balão em forma de cavalo com o hélio a esmorecer, a beber vinho e a rir. Depois,
ela e
ela discutiram e amuaram e uma delas levantou-se de fúria para ir fumar e sair de cena. Eu fiquei a rir-me como se tivesse fumado uma coisa do Paquistão, a olhar o sacana do cavalinho que esvoaçava devagarinho pela sala e olhava atentamente para mim.
Depois, ficou tarde e tivemos de ir embora, cada uma para a sua casa, as duas amuadinhas juntas, e eu sozinha, a temer que se esgatanhassem no carro. Mas não. Lá se entenderam, como sempre.
Gosto de vocês. E estes encontros sabem-me sempre a pouco.
P.S: Se não tivesse de emagrecer pedia-te a receita do frango,
melher! Que estava mesmo danado de bom. Hoje, porém, sinto-o todo nas ancas e oiço cacarejar. Acho que o raça do bicho está à gargalhada com os estragos calóricos que provocou.