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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Eu é que sou a madrinha!

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Na sexta-feira fez uma semana que nasceste.
Nesse dia, 12 de Setembro, recebi uma mensagem da tua mãe a dizer "É hoje". E eu estremeci e liguei-lhe logo a saber os detalhes. Quando desliguei, desatei a chorar de emoção, imagina, que ridículo! És o terceiro da família L., era suposto que já não me comovesse com o teu nascimento. Mas pronto, desatei naquilo, um choro parvo misturado com riso, gargalhadas perante o olhar incrédulo do Ricardo. "Tu assustas-me, a sério", dizia ele. E eu ria-me e limpava as lágrimas: "Vai nascer! Não é lindo? Vai nascer daqui a bocadinho..."
O resto da tarde passei-o a olhar para o relógio. Até que o Ricardo recebeu o telefonema que confirmava que já tinhas chegado. Minúsculo. Muito mais pequenino que os teus irmãos, muito mais pequenino que os meus Ms, ao ponto de uma estúpida médica ter perguntado à tua mãe porque raio eras tu tão pequeno. Parva! É médica mas não sabe que os homens não se medem aos palmos.
Hoje estivemos juntos e, pela primeira vez, peguei-te ao colo. A tua mãe passou-me o teu pequenino corpo por cima da mesa do restaurante. Quase como se me passasse o cestinho do pão. Ooh! Que coisa mais linda. Pouco mais que nada, ainda. E, no entanto, parece que foi ontem que disse o mesmo da tua irmã, e ela já tem quase 5 anos, e parece que foi anteontem que o teu irmão nasceu, e não tarda já tem 7 anos.
Hoje peguei-te pela primeira vez e fiquei a saber que fui escolhida para ser tua madrinha. Tive vontade de chorar, claro, mas contive-me para não fazer figuras tristes à tua frente. Afinal de contas, és pequenino mas estavas com um olho aberto a ver a minha reacção. E uma madrinha tem de manter a compostura.
Mas fiquei a pensar nisto. É que eu já gosto tanto dos teus irmãos, já me são tão próximos como se fossem da família, que agora nem imagino o que vou sentir por ti, meu ratito dorminhoco. Vou fazer de tudo por ser uma madrinha das boas. Com doces na algibeira e conselhos sábios para te dar sobre as raparigas. E água na fervura pronta para deitar em cima dos teus pais, se algum dia fizeres um disparate; "Coitadinho do miúdo, não fez por mal".
Querido F., bem-vindo. Podes contar com uns padrinhos à maneira (sim, que o Ricardo também foi contemplado com tamanho privilégio, mas ele é gajo e por isso muito menos dado à emoção do que eu, naturalmente piegas). A verdade é que estou mesmo vaidosa e apetece-me vestir uma t-shirt daquelas com frases, a dizer: "Eu é que sou a madrinha".