Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Fogo e água: a fúria dos elementos

E eis que, depois da bonita festa de sexta-feira, a Time Out ia ardendo. No Domingo ficámos todos a ver as imagens do incêndio na televisão, a tremer e a rezar (os que são católicos, ou seja, cerca de um) para que as nossas lindas instalações não pegassem fogo juntamente com o número 23 da Avenida da Liberdade. Roí as unhas, tomei kompensan porque o meu estômago borbulhava, recebi qualquer coisa como 143 890 mensagens e mais 234 telefonemas, tudo em pânico a perguntar se teríamos poiso na segunda de manhã.
E, hoje, não tínhamos poiso. A Time Out não ardeu mas inundou. A redacção era um desaire de água e cinza, ou seja, lama. E na parte comercial os tectos desabaram. Os computadores a boiar, papéis inutilizados, documentos perdidos. Um nó na garganta para não chorar. A Cláudia a mandar evacuar o sítio, com medo de soterramentos e outras desgraças a acumular àquela.
Hoje era dia de fecho da revista, o dia em que a revista vai para a gráfica, porque às quartas-feiras sai para as bancas. De modo que o João Miguel pegou no telefone e pediu asilo político ao Diário de Notícias, de onde ele e eu (e mais uns quantos) saímos para ir fazer a Time Out. E o director do DN disse que sim. Direcção e administração receberam uns gatos-pingados (nunca a expressão foi tão bem empregue) com uma hospitalidade impressionante, deram-nos uma sala nobre, ajudaram-nos a carregar torres de computadores, ecrãs, teclados. E nós conseguimos, em tempo recorde, fechar a revista. Quarta-feira, a menos que a gráfica arda, a Time Out vai estar nas bancas. E nós estaremos, provavelmente, ainda no DN, onde trabalhei 10 anos da minha vida. Foi esquisito? Foi. Mas a generosidade foi grande e nós estamos realmente agradecidos. Eu, pelo menos, estou.
Agora vou tomar um banho porque cheiro a febras. A minha moleskine cheira a churrasco e a minha vida, toda programada naquela agenda gorda, está agora desbotada, as letras esvaídas pela água, os projectos a escorrerem pelas páginas. Espero que não haja um segundo sentido nisto, que este empalidecimento dos meus dias futuros não seja uma metáfora. Amanhã lá vou para o DN. Eu e aquele edifício, se calhar, estamos destinados para sempre.

Ahahahahahah!

Ok. É oficial: o Casos da Vida de hoje foi, sem dúvida, o mais imbecil de todos. O que, atendendo ao ritmo a que já nos acostumaram, é uma conquista francamente difícil. Parabéns, pá! Os Casos da Vida fazem-me rir às gargalhadas todos os domingos à noite. E olhem que não era fácil arrancarem-me um sorrisinho sequer num domingo à noite. Obrigada, TVI. Hoje, então, até me dói a barriga. Vocês são impagáveis.