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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Patroa


E eis que, ao fim de um mês e meio, tivemos exame do curso de Patrão Local. Despachei a miudagem para a avó, estudei a noite toda, tive uma crise existencial lá por volta das duas da manhã, "Não vou, pá, esquece, não vou! Não sei nada, não sei nada, vai ser uma vergonha, recuso-me, vais só tu e pronto", mas depois não tive coragem de desistir, muito por culpa da cara de decepção do Ricardo, "Nem acredito, vais morrer na praia? Depois de tanto esforço desistes? Nem parece teu, palavra de honra".
Às nove da matina estávamos no Centro Náutico, eu a hiperventilar, as pernas a tremer, "Ai que medo, e se chumbo? E se sou a primeira desta escola a chumbar?, ai!"
O exame pareceu-me fácil, a carta de navegação um bocado fácil demais, "Não devo estar a ver esta merda como deve de ser, há aqui gato, oh lá se há, isto não pode ser só isto", duas horas e meia a pensar como já há muito não pensava, azimutes da agulha transformados em azimutes verdadeiros, proas verdadeiras traçadas na carta, abatimentos e rumos, alfa, bravo, charlie, delta, echo, foxtrot, golf, hotel, "Silence Mêdê", pulsações por minuto, o que fazer no caso de uma hermorragia interna visível, derrotas ortodrómicas e loxodrómicas, e no fim um alívio enorme e uma tosta mista no Azul Profundo, o corpo leve como se me tivessem tirado o pipo, a conversa com os coleguinhas, "Então? Safas-te?".
Quando o examinador nos chamou, sorriu com ar afável e afirmou com graça, "Para já não há náufragos, vamos para o exame prático", e aí é que sim, que descanso do caraças. Tive 16,5 valores! O Ricardo 18,1! E depois de um passeio sossegado no Tejo, a bordo do Melody, recebemos a carta de Patrão Local.
Já somos patrões, pá!!
Amanhã, se o meu corpo não decidir inchar (hoje comportou-se muito bem), é a vez do Lisboa Bike Tour. Vamos atravessar a Ponte Vasco da Gama de bicla, armados em ciclistas a sério. Fim-de-semana agitadinho este, hein?