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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Esmeralda, se eu pudesse...

O caso Esmeralda adoece-me. Enlouquece-me. Traz ao de cima o pior (ou será o melhor?) de mim. Confesso que tenho evitado saber do caso porque já cheguei a ficar de tal modo perturbada que dava por mim a chorar e a ter vontade de ajudar o sargento Luís Gomes, a mulher Adelina Lagarto e a filha "Esmeralda". Chego a sonhar que ganho o Euromilhões e que os ajudo a fugir, para muito longe, para viverem com a criança que os ama e que os considera a sua família. Eu sei que o caso é complexo, muito complexo. Que há um pai biológico que, supostamente, anda há muito tempo a querer a filha, empatado por tribunais patéticos que esquecem que, por detrás dos papéis a que têm de dar andamento, há pessoas e vidas em jogo. Mas também sei que quando Aidida Porto, a mãe biológica, disse ao progenitor que estava grávida, ele não quis nem saber.
Enfim. Sei que o caso é complexo mas não entendo como é que um juíz entende que entregar uma criança com seis anos de idade a um desconhecido é a melhor coisa a fazer por ela. A "Esmeralda" tem seis anos. A idade do meu Manel. E eu só imagino o que seria dele se agora um juíz dissesse que o pai dele não era o pai dele e que a mãe dele não era eu. Imagino-o e sinto vontade de morrer. O Manel entraria numa depressão tão grande que não me surpreenderia se se suicidasse. O suicídio em crianças é raro. Mas é provavelmente uma das coisas mais terríveis que pode existir. Uma criança querer desistir de viver é o maior dos contrasensos.
Agora acabo de ler que o Departamento de Pedopsiquiatria e Saúde Infantil e Juvenil do Centro Hospital de Coimbra (CHC) diz que a menina está "apática". Os clínicos dizem sentir-se a «tratar um queimado no meio de um incêndio», já que a criança se revela "apática, desinteressada e desligada de actividades que antes eram gratificantes", criando um quadro clínico semelhante a uma "Perturbação de Ansiedade de Separação com sintomatologia depressiva".
Isto mata-me. Eu nem devia estar a escrever este post antes de ir dormir. Porque o mais certo é que já não consiga fechar os olhos. Quando um tribunal mata uma criança, em nome do seu "superior interesse", estamos irremediavelmente condenados.

Fama

Ainda estou em choque. Na Flórida, oito adolescentes chamaram uma colega da escola a casa de uma delas só para a poderem espancar. Móbil? Filmar tudo para pôr no Youtube. A vítima acabou inconsciente, com um traumatismo craniano, várias contusões e problemas de visão e audição. Os colegas tiveram a fama que buscavam e até tiveram direito a fotografias, de frente e de perfil, na esquadra mais próxima. Os pais da miúda agredida disseram que não conseguiram reconhecer imediatamente a filha no hospital. Deve ter ficado jeitosa.
Fico aterrorizada com esta sede de fama. Desejo de protagonismo, nem que seja pelos piores motivos. Entretanto, a mãe de uma das raparigas detidas disse que Lindsay (o nome da desgraçada espancada) teria provocado os outros jovens com ameaças e insultos no MySpace. Está, pois, explicado. Com pais assim, que desculpabilizam esta barbárie, é fácil perceber como é que os estúpidos dos miúdos acabam assim.