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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

15 anos

Faz hoje 15 anos que a D. Emília trabalha connosco. Quinze anos. Quando chegou a nossa casa, a nossa casa ainda era no Príncipe Real, na mesma rua onde ela morava. Quando chegou a nossa casa, éramos nós dois, o Manel com 3 anos e o Martim dentro da minha barriga. Quando mudámos de casa, um ano depois, pensámos que ela não iria aguentar muito. Afinal, uma coisa era sair de casa, descer a rua e estar no trabalho, outra coisa era ter de apanhar dois autocarros e ir para a outra ponta da cidade. Afinal, os anos passaram, a nossa D. Emília resistiu, mudou de casa para mais perto de nós, e continua connosco. É o meu braço direito, é ela que encontra tudo o que não sei onde está, é ela que repõe todos os dias a normalidade, a limpeza, a harmonia. Não deve ser fácil deitar todos os dias a mão ao caos e transformá-lo em ordem. É ela que me lembra que é dia de música, é dia de explicação, é dia disto e daquilo. É o meu horário, o meu relógio, o meu calendário. Quando chegou a nossa casa, éramos 3. Hoje somos 6 e um cão. Não consigo imaginar-me sem a nossa santa Emília. Se a vida se apertar, preferirei abdicar de muita coisa, dela não. 

Obrigada, do fundo do coração, por esta década e meia de dedicação. 

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