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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Et voilá

O Manel acordou, sentou-se para comer os cereais e levantou-se de um supetão, branco como a cal. «Estou a ver tudo azul, estou a ver tudo azul», que é a maneira como sempre descreve a sensação de desmaio. Foi à casa de banho, vomitou, ficou mais branco ainda, as orelhas translúcidas, desorientado e cambaleante. E pronto. Ficou em casa. Não sei se é o mesmo bicho dos irmãos, se é outro bicho, se é sequer um bicho ou se foi um mal-estar passageiro. O que sei é que a irmã ouviu barulho, quis ir para junto dele, e dormem agora os dois na minha cama. Será que vai começar tudo outra vez?

...

Ontem à meia-noite a Madalena tinha uma vasculite. Uma doença auto-imune. Basicamente - e que os médicos me perdoem as imprecisões científicas - o organismo dela, a tentar combater a infecção respiratória, perdeu um bocado as estribeiras e o controle e desatou a destruir-se a si próprio. Como consequência, havia sangramento dos vasos sanguíneos junto às articulações (daí os joelhos, cotovelos, pulsos, tornozelos e nós dos dedos inchados e vermelhos) mas também poderia estar a sangrar nos vasos dos intestinos e dos rins e, por isso, era importante estar atento aos rins, para prevenir possíveis  lesões. Ficaria internada o tempo que fosse preciso, talvez uns 5 dias, a tomar corticóides por via intravenosa e, em princípio, tudo correria bem.
Hoje de manhã, ela acordou praticamente desinchada. Apenas um pé ainda inchado e algumas erupções cutâneas. Uma nova médica chegou e disse que não era vasculite. É um vírus, não se sabe qual, e aquela era uma reacção ao vírus. A médica quis que lhe tirassem o soro e os corticóides para ver como o corpo reagia, quis vê-la a andar. Ela coxeia porque ainda tem um pé todo marado mas está consideravelmente mais bem disposta. A médica disse que se continuar assim poderá ir para casa amanhã.
Eu? Estou confusa. Porque ontem o diagnóstico era um e hoje é outro. E no meio da confusão fico com medo de a levar para casa e, de repente, tê-la com uma coisa qualquer mais esquisita ainda. E também com medo de, daqui a bocado, virem dizer que é outra coisa qualquer ou a primeira de novo. Eu sei que há vírus marados e que nem sempre é fácil perceber o que se passa. Mas eu sou a mãe. E odeio ficar com estas dúvidas.

A vocês todos, dizer que o vosso carinho me enche as medidas e o coração. 
Muito, muito obrigada.


Mada report

Madazinha está melhor mas, não sei porquê, tememos que isto ainda volte tudo para trás. A tosse ainda é muita e hoje já não toma a cortisona que foi, de facto, bombástica na sua recuperação. Já não tem febre nem falta de ar, a não ser quando se põe aos saltos e a falar sem parar - aí fica outra vez aflita. Mas sinto-a ainda frágil e estou com medo que se avarie outra vez. Ontem fez mais uma das suas. Estava a dar os Ídolos, estávamos aqui todos na sala e eis que ela aparece à minha frente com uma fralda nova, que foi tirar do armário: «Põe fáxavore!» Como quem diz: anda, que eu tenho sono e antes que haja azar põe-me lá esta coisa. Só por acaso é que não a pôs sozinha. É o que eu digo. Aos 10 anos põe-se a andar.

Salvador?

Eu não quero embandeirar em arco. Mas será possível que este concentradinho de água do mar, uma coisa tão simples e não química, seja o salvador das minhas dores de cabeça e de cara dos últimos tempos? Tem sido uma constante: a cara a doer, eu a fazer caretas e a massajá-la todo o santo dia, a cabeça a doer a seguir, como se não aguentasse a pressão. Eu sei que tenho sinusite mas sou a pior pessoa do mundo para fazer tratamento de prevenção, crónico. Se até da pílula me esqueço às vezes! Mas a verdade é que tenho estado tão atormentada com estas dores que fui comprar o Rhinomer. Esguicho daquilo em cada narina 3 vezes ao dia. E... até ver, nada. Nadinha. O ar que me entra pelas narinas é muito mais frio do que o que entrava antes. Como se houvesse uma corrente de ar permanente no meu nariz. Respiro melhor. Durante o dia, há uma espécie de estalidos cá dentro, no nariz e na cara, como se fossem bolhinhas de ar a deslocarem-se ou a rebentar (os médicos hão-de partir-se a rir com estas descrições). E estou muito mais aliviada. Como se tivesse menos pressão dentro do meu crânio. Será, Rhinomer? Será que és tu, o meu salvador? É que estou à beira de lhe fazer um pequeno altar, cá em casa.

Vírus bêbado

E pronto, acho mesmo que temos bicho. Pequena Mada levantou-se por duas vezes e caminhou torta como se tivesse bebido. E agora, ao almoço, pequeno Ricardo levantou-se e se não se agarrasse à cadeira era menino para ter enfiado os dentes no chão. As tonturas já não são exclusivo meu. Devemos ter todos um vírus embriagado dentro de nós.