Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

So long, Maddie


Minha querida Maddie,

Por tua causa, estive quase-quase a meter-me no carro e a ir desbravar terreno à tua procura.
Por tua causa, fui para o Algarve uns meses depois cheia de medo que me levassem os putos por uma janela.
Por tua causa, chorei a ver noticiários e não dormi e comentei com taxistas, floristas, empregados de mesa, cabeleireiras, porteiras e gente em geral, conhecida e desconhecida, o que raio te teria acontecido.
Por tua causa, li e reli notícias e teses, umas que davam os teus pais como culpados até aos dentes, outras que indicavam um homem com um aspecto tenebroso.
E agora, um ano e tal depois, arquivaram-te. Não querem mais saber.
Não vão mais desbravar terreno à tua procura.
As pessoas vão deixar de ter medo que lhes levem os putos por uma janela.
E ninguém mais vai chorar nem perder o sono e muito menos comentar com taxistas, floristas, empregados de mesa, cabeleireiras, porteiras e gente em geral, conhecida e desconhecida, sobre o teu paradeiro.
Tal como não vai haver quem leia ou escreva teses e notícias, sobre a culpa dos teus pais ou do tal homem com mau aspecto.
Acabou-se, "pequena Maddie".
Não sei o que te aconteceu. Sei que já acabou. Passaste à História. Como o Rui Pedro, a Cláudia Sousa, o Alexandre Gabriel, a Sofia Oliveira. Nós, os abutres, esperamos uma nova tragédia sobre a qual comentar, chorar, lastimar e temer.

12 comentários

Comentar post