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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Parabéns, irfilha

Faz hoje 28 anos que fui mãe pela primeira vez, sem o ser. Afinal, quem nasceu ali na Cruz Vermelha não foi a minha filha mas sim a minha irmã. Mas eu desejava-a há quase tantos anos quantos anos eu tinha. Até que um dia - lembro-me como se fosse hoje - a minha madrasta me mostrou roupas pequeninas, arrumadas dentro de uma gaveta. E eu, de tão longe que estava de acreditar que o meu sonho podia efectivamente realizar-se, perguntei se eram para o meu «bebé careca». Não eram. A minha madrasta estava grávida e eu não podia estar mais feliz.
Faz hoje 28 anos que o meu coração se estendeu e eu percebi o que é isso de amar. Amar alguém que aparece na nossa vida e não alguém que já cá estava antes. Amar um ser pequenino e querer mostrar-lhe esse amor. Lembro-me da primeira vez que ela me sorriu, e de achar que não podia haver na vida maior felicidade do que a de ganhar o sorriso de um ser pequenino que se ama tanto. Anos mais tarde (17, para ser mais precisa), fui mãe de verdade. E o amor, sendo diferente na forma, não é assim tão diferente na intensidade. Ela continua a ser a minha pequenina, a minha bebé, como creio que sejam para sempre os filhos, ainda que cresçam e se tornem jovens, adultos e até velhos. Para mim ela é e será a minha menina. E, por isso, foi com algum choque que, no outro dia, ouvi a senhora da loja onde fui comprar uma roupinha para o meu sobrinho (ainda na barriga), dizer: «Se a mãe não gostar pode vir trocar». A mãe? A minha irmã (a quem eu chamo carinhosamente 'irfilha') é «a mãe»? Xinapá...
Hoje a minha irmã faz 28 anos e eu lembro-me sempre da emoção que senti ao vê-la pela primeira vez e de como ela me mudou a vida para melhor. Parabéns, minha bicha. Adoro-te.

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