Obesidade e cancro: é urgente prevenir
Ontem fui a uma conferência sobre "O impacto da obesidade no desenvolvimento do cancro", que se realizou no Museu do Oriente. Foi muito interessante perceber as principais causas da obesidade, o crescimento que ela tem vindo a conhecer no mundo desenvolvido, e o consequente impacto na saúde. Fala-se muito das associações directas entre obesidade e doenças cardio-vasculares, por exemplo, mas fala-se menos da ligação ao cancro. E, segundo os especialistas, o excesso de peso e a obesidade estão associados a um maior risco de desenvolver 13 tipos diferentes de cancro:
- tiróide
- meningioma
- adenocarcinoma do esófago
- mileoma múltiplo
- mama
- fígado
- bexiga
- rins
- estômago superior
- pâncreas
- ovários
- cólon
- recto
Estes 13 tipos de cancro, associado ao excesso de peso e obesidade, perfazem 40% de todos os cancros diagnosticados nos EUA em 2014, correspondendo a:
- Mais de metade (55%) de todos os cancros diagnosticados em mulheres;
- 1 em cada 4 (24%) dos cancros diagnosticados em homens.
Este sábado, dia 19 de Maio, assinala-se o Dia Nacional e Europeu de Luta Contra a Obesidade. É sabido que a obesidade é um grave problema de saúde pública e a sua prevalência tem aumentado a um ritmo alarmante. Segundo o Instituto Nacional de Estatística há 1,4 milhões de pessoas obesas em Portugal, o que faz com que sejamos um dos países com maior taxa de obesidade da União Europeia. A obesidade é considerada pela OMS como a epidemia global do século XXI, causando não só impacto na qualidade de vida, mas também na morbilidade, com o desenvolvimento de problemas de saúde associados, como a diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, outras doenças metabólicas, respiratórias, cardiovasculares, ósseas e alguns tipos de cancro.
Estima-se que mais de 50% da população mundial será obesa em 2025 (faltam apenas 7 anos), se não forem adoptadas medidas que façam inverter esta tendência.
Era de facto importante que as entidades competentes trabalhassem de forma eficaz no combate a esta epidemia. Temos comida a mais ao dispor, comida de péssima qualidade ao dispor, e ainda há um longo trabalho a fazer na consciencialização e na prevenção. Sim, já houve alterações em algumas escolas, em alguns locais públicos, vai havendo alguns alertas sobre isto, mas a verdade é que a curva do excesso de peso e da obesidade não para de subir. É urgente mudar isto. É urgente alterar regimes alimentares, fazer mudanças no estilo de vida, praticar desporto com regularidade.