O Porto é liiiiiindo!
O Ricardo tinha trabalho no Porto, eu também tinha. Fomos na terça-feira da semana passada, logo a seguir ao debate que fui moderar. Aproveitámos para fazer uma paragem em Aveiro, para ver a minha irmã e cunhado, que tinham um jantar incrível à nossa espera, um arroz de marisco de fazer chorar as pedrinhas da calçada de emoção.
O meu sobrinho aguentou-se que nem um leão para nos receber (chegámos já passava das 22h), mas enquanto jantávamos acabou por adormecer no sofá. Só consegui estrafegar a minha Alice, que está um amor.
Seguimos para o Porto, onde ficámos muitíssimo bem localizados, no Vila Galé Porto Ribeira. Um hotel pequeno (67 quartos) e de charme que resultou da reabilitação de quatro edifícios na zona do Cais das Pedras. O hotel tem a pintura como tema, sendo que cada quarto tem o nome de um pintor, onde se destaca uma das suas obras. O melhor deste Vila Galé Porto Ribeira é a proximidade do Douro, o que permite estar a tomar o pequeno-almoço ali mesmo em cima do rio, numa esplanadinha amorosa cheia de canteiros floridos.
Na parte de trás também há um terracinho querido onde também se está maravilhosamente.
E o Porto? Tão bonito, tão bonito...
Na quarta-feira fomos jantar com o Tiago e a Susana, os nossos amigos do Porto. Eles foram-nos buscar e levaram-nos a um sítio que dificilmente conheceríamos se não fossem eles. Chama-se Casa Rocha e fica em Melres (Gondomar). É um restaurante sem qualquer glamour mas que fica em cima do rio e onde se come divinamente (e alarvemente, diria). Eles pediram uma dose de pataniscas e uma dose de pica-pau. Nós éramos 4. A Susana disse que achava um exagero e eu pensei que ela não conhecia a nossa capacidade digestiva mas afinal... ela tinha razão. Duas doses para 4 pessoas é um manifesto exagero. Uma única dose dava para alimentar uma pequena aldeia, credo! As pataniscas eram qualquer coisa de sublime. Ah, e para beber, se acaso lá forem parar, peçam "a receita". Pelo que percebi é uma mistura de cerveja, vinho, 7Up e talvez tenha mais qualquer coisa. Mas é bom. E fresco. E cuidado, que embebeda. Não foi o caso mas sentia-se o poder da coisa.
Na quinta-feira fomos conhecer outro cantinho que foi uma surpresa. Ali mesmo ao pé da Rua de Santa Catarina, portanto super central, chama-se Almeja e está muito bem recuperado (já foi uma mercearia daquelas muito antigas) e tem um jardim na parte de trás que é uma pérola no centro do Porto.
Gostei de conhecer a Sofia Amaral Gomes, uma das sócias, que tem o mestrado em ciencias farmacêuticas e uma pós-graduação em saúde mental, e que trabalhou em diversas farmácias e foi investigadora mas, entretanto, decidiu mudar de vida e criar o Almeja juntamente com o marido, o chef João Cura (também ele foi estudante na Faculdade de Farmácia mas depois fez uma inversão de marcha e virou para a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra). Agora estão à espera do primeiro filho e merecem toda a sorte do mundo. Têm ali um belo restaurante, onde comemos muito bem. Além do amuse bouche, comemos creme de legumes com crumble de malte; Fideuá de Lula com alioli de açafrão; e para sobremesa Framboesa (bolo e mousse), lichia (em pickle) e água de rosas (gelado).
E pronto. Mal posso esperar por voltar ao Porto. Acho que em Setembro volto, com as crianças, para ir ver uma exposição temporária na Alfândega do Porto, intitulada "Extinção. O Fim ou o início?", vinda directamente do Museu de História Natural de Londres.
Vila Galé Porto Ribeira: Cais das Pedras 17 a 22 - Lordelo do Ouro e Massarelos. 4050-465 Porto. (+351) 225 431 200
Casa Rocha: R. São Bartolomeu 246, 4515-638 Melres. (+351) 22 476 0551
Almeja: Rua Fernandes Tomás 819. 4000-219 Porto. (+351) 22 203 8120