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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Movimentos bonitos mas que... (sobre o blackouttuesday)

De quando em vez surgem uns movimentos no Instagram (e não só) e eu tendo a oscilar naquilo que sinto. De resto, é uma cena bastante comum em mim: raramente tenho uma posição extremada sobre as coisas (tirando naquilo que é, obviamente, tão claro que no toca a valores que não têm qualquer oscilação possível), e consigo ver vantagens num e noutro lado, bem como desvantagens. Repito: tirando em princípios básicos de Humanidade, como é evidente.

Bom, hoje instituiu-se que seria a Blacktuesday, e todo o mundo postou no Instagram uma imagem negra, em homenagem a George Floyd e contra o racismo. Eu própria não escapei à febre, porque - lá está - considero de louvar tudo o que possa chamar a atenção para algo tão hediondo (e inacreditável) como odiar alguém pela cor da sua pele. Mas, e nos outros dias? Quantas daquelas pessoas que hoje publicam imagens e entram neste movimento colectivo quase como que levadas pela onda são efectivamente anti-racismo? Espero que sejam muitas, espero que todas, mas infelizmente sei que não. Algumas colapsariam se o seu filho ou filha namorasse com uma pessoa negra. Se viesse de um bairro pouco instagramável então... seria uma tragédia grega. Daí que fique sempre neste limbo. Por um lado acho o movimento bonito, comovente até, toda uma cor preta a dominar o Instagram, geralmente tão dado à cor (ou aos tons pastel e pêssego, muito in). Mas será só uma febre de terça? E na quarta? E na sexta? E quando no futebol se ouve "filho da puta do preto!" ou no trânsito ou... em todo o lado, todos os dias, nos mais pequenos gestos? Espero que esta solidariedade e este sentido de missão se prolongue para os outros dias, meses, anos. Só com essa esperança entrei na onda. Que ela se torne um enorme e infinito tsunami de união, é só o que desejo.

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