Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Malabarismo

Sempre que apanho malabaristas em semáforos, saco da carteira. Talvez tenha sido artista de circo numa outra vida, talvez me dê gozo encontrar uma forma de arte quando menos a espero (entre emissões de monóxido de carbono, aguardando que o vermelho passe a verde), ou talvez me agrade simplesmente ver quem faz pela vida, em vez de simplesmente estender a mão para a esmola. Estes novos "pedintes" (e são-no, efectivamente, porque nos pedem) têm um saber que eu não possuo e, só por isso, merecem a minha atenção. Atiram quatro ou cinco coisas ao ar e deslumbram-me com a sua perícia. Naqueles breves segundos, mostram a sua habilidade, sorriem, tiram o chapéu e curvam-se para agradecer aos espectadores ocasionais. Hoje, estava com a minha mota num desses semáforos povoados por artistas circenses e, no final da actuação, bati palmas. O rapaz sobressaltou-se. Voltou a cabeça na minha direcção, quase assustado. Não esperava a ovação, o que me entristeceu. Um artista em cena, que não conta com o aplauso, só pode ser um artista infeliz. Sorriu-me. Sorri-lhe de volta. Estendi-lhe o parco pagamento pela curta performance. Depois, o sinal mudou e eu avancei. Ele continuou por lá, a existir entre o vermelho e o verde, sem esperar aplausos. 

malabarista.jpg

 

 

 

 

9 comentários

Comentar post