Mada no seu melhor
Ontem, quando vimos o grupo de praxados e praxadores, a Mada ficou muito espantada e quis saber o que raio vinha a ser aquilo.
Expliquei.
Abriu muito aqueles olhos grandes e não disse coisa alguma, que é sinal de que, não tarda nada, vem aí coisa maior, seja pergunta ou afirmação. Foi pergunta.
- Eu também vou ter de aturar isto?
Ri-me. E comecei a aligeirar, dizendo que era uma forma de toda a gente ficar a conhecer-se, que se não houvesse excessos até era divertido (no meu caso foi), que se construíam boas relações, e que os caloiros estavam, na verdade, a divertir-se.
Ela ouviu tudo, com a boca muito fechada, o que acontece quando está mesmo atenta, a absorver cada palavra. Depois, olhou de novo para o grupo. Os caloiros não sorriam. Tinham as mãos atrás das costas, a cabeça baixa, ao mesmo tempo que escutavam palavras de ordem atiradas em grito. Voltou os olhos na minha direcção e eu já sabia que estava feita ao bife.
- É. Não há dúvida de que se estão a divertir imenso. A sério que eu vou ter de aturar isto?