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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Lion - A Longa Estrada para Casa

Fomos ver na sexta-feira e foi, sem dúvida, o filme em que mais chorei na minha vida. O facto de ser baseado numa história verdadeira há-de ter ajudado muito. Lion conta a história verdadeira de Saroo, de cinco anos, que se perdeu do irmão numa estação de comboios. Quando entrou numa carruagem para descansar, estava a traçar o destino. O comboio arrancou, percorrendo boa parte da Índia. Saroo só conseguiu sair do comboio 1600 km depois. Estava em Calcutá, no meio de milhões de pessoas, não falava a língua (a Índia tem cerca de 400 dialetos), não compreendia e não era compreendido. 

Antes desta parte, o filme mostra a profunda cumplicidade entre os dois irmãos. Saroo e Gudu. Tão linda que chega a fazer doer fisicamente o aproximar do momento em que sabemos que se vão desencontrar (e sabemo-lo pelo trailer, pelas críticas do filme, e até pelos relatos da história real). Queremos ver o filme mas, ao mesmo tempo, não queremos nada assistir a esse momento, queríamos quase gritar "Gudu!!! Não o deixes aí sozinho!!!!!! Saroo!!!! Não entres no comboiooooooooooo!!!!"

O filme é lindo, muito triste, muito emocionante. E até o final, sendo feliz, continua ainda assim a ser triste.

Chorei no início, durante e, mesmo no final, tive de deixar toda a gente sair da sala para poder continuar a chorar. Saí da sala com olhos de boga e o nariz de rena Rudolfo, ou seja, saí da sala feita mutante. 

Algumas pessoas dizem-me: "ai, Deus me livre, ir ao cinema para vir de lá nesse estado". E eu digo: minhas boas almas... chorar não é mau. Chorar é uma expressão como outra qualquer. Liberta, ajuda a expulsar demónios, limpa a gente por dentro. Chorar pode mesmo ser bom. E um filme que nos mexe deste modo por dentro... só pode ser um filme que vale a pena ver. Não admira que esteja na corrida aos Óscares.

saroo.jpg

 

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