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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Gerês, dia 4

E depois deste pequeno interregno, eis o relato do 4º e último dia das férias da Páscoa. Era sábado e fomos a Pitões das Júnias. A rapaziada toda furiosa, que íamos demorar imenso tempo para lá chegar, que era um inferno de curvas, se não podíamos ficar no bungalow do parque, que se estava tão bem, e mimimimimi. Meus amigos, por muito bem que se estivesse no Parque da Cerdeira - e estava (já lá tínhamos ficado há 20 anos e voltámos a adorar) - não fazia qualquer sentido ficarmos em casa numas mini-férias e sendo, ainda para mais, o último dia! Por isso, fizemos aquilo em que nos tornámos peritos: fingimos que não ouvimos e toca a andar.

O dia estava frio mas não chovia, o que constituiu uma novidade muito agradável. Ainda conseguimos ficar um bocadinho a ler de manhã no terracinho de casa e os mais pequenos a brincar, logo a seguir ao pequeno-almoço, e só depois seguimos viagem. 

E o silêncio que se vive aqui neste Paraíso? Um sonho.

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Em direcção a Pitões das Júnias fomos vendo neve, no alto da montanha. Os miúdos perguntaram, entusiasmados, se íamos para lá mas nós fomos sempre dizendo que não - porque realmente achávamos que não íamos mesmo para o meio da neve.Mas à medida que fomos subindo fomos percebendo que sim... começou por ser uma nevezinha, depois começou a aumentar a cada curva, e de repente estávamos fora do carro a aproveitar para atirar neve uns aos outros - é irresistível, o pessoal vê neve e sente que tem de começar uma pequena guerra.

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Chegados a Pitões das Júnias, estava tudo cheio de neve.

A estrada que ia dar ao Mosteiro e à cascata estava intransitável por causa da neve. Ainda fui a pé ver se era perto ou longe mas fartei-me de andar e não dei com mosteiro ou cascata alguns. Voltei para trás porque não só o joelho do Martim não permitia grandes caminhadas (o trilho que fizemos já foi um pequeno abuso) como também nenhum de nós tinha calçado adequado àquela neve toda. E ainda tínhamos muito dia pela frente para andarmos de pés e pernas encharcados. Foi pena... mas houve mais cowboyada na neve e eles curtiram largo.

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Tinham-nos aconselhado a Casa do Preto mas estava completamente cheio. Então fomos almoçar ao Dom Pedro e também comemos divinamente. Aquela broa... aquela posta... sem palavras.

Dali fomos ver a Ponte da Misarela ou Ponte do Diabo. Achámos melhor não descer (ainda tentámos, só que tínhamos um coxo entre nós e achámos melhor não abusar) mas vimos cá de cima e era muito bonita. Diz a lenda que ela caiu quando foi construída e voltou a cair quando os moradores a tentaram reconstruir. Diziam que era obra do diabo. Então foram ter com o padre da aldeia e ele levou um pão debaixo do capote enquanto os homens terminavam a construção. Quando foi deitada a última pedra (e a ponte já principiava a estalar), o padre lançou o pão a rebolar e disse "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". E a ponte, apesar de ter ficado torta, não tornou a cair. Adoro lendas!

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 No regresso a casa, vimos cavalos selvagens. E secámos as peúgas do Mateus (encharcadas de neve) na janela do carro.

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No dia seguinte, fomos embora. Custou tanto... Abandonar aquele sítio tão bonito, tão bem arranjado, onde também se come tão bem (jantámos uma vez no parque e era tudo óptimo), aquelas casinhas de pedra tão queridas e, sobretudo, aquela paisagem inundada de silêncio custou mesmo. A nossa vida é acelerada e - deve ser da idade - preciso cada vez mais de escapadinhas rurais como esta para retemperar energias. Retemperámos mesmo. Saímos de lá como se tivéssemos estado numas termas ou coisa assim. E o melhor? Nem a chuva nos travou! Fizemos quase tudo o que queríamos, trilhos, passeios, visitas. Ok, não mergulhámos nas lagoas, não levámos com a água das cascatas na cabeça, qual anúncio a champô, tivemos de recusar o passeio a cavalo que o Parque da Cerdeira tinha disponível e o arborismo (e confesso algum arrependimento de não ter ido à piscina quente em Lóbios - deve ser uma experiência inesquecível e melhor do que no verão, em que só queremos água fresca para nos refrescarmos). Mas melhor assim: ficaram coisas por fazer e havemos de voltar. De qualquer maneira, fica a nota: pessoas, que a chuva e o frio não nos impeçam nunca de passarmos dias radiantes com as nossas famílias (ou sozinhos, por que não?). Seja como for, we'll be back! 

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