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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Galp, a Luz dos Portugueses, e a luz da Raquel

Tal como já aqui dei conta, a Galp tem a decorrer, desde o início de 2018, a campanha "A Luz dos Portugueses", em que oferece um mês de electricidade grátis a todas as famílias dos bebés que nasçam no dia 1 de cada mês.  Basta ir AQUI e ver as condições e a forma de se inscreverem.

O objectivo da campanha é o alerta para a queda da natalidade que, no nosso país, é verdadeiramente assustadora.

E, tal como também expliquei, o vosso Cocó na Fralda não quis deixar de se juntar a esta iniciativa e, em colaboração com a Galp, lançou um passatempo (que se vai repetir todos os meses), em que um bebé nascido em cada mês (e sorteado via random) ganha uma sessão de Baby Art, com a talentosíssima Raquel Brinca

No mês de Fevereiro, ganhou a pequena Raquel

A sessão fotográfica, levada a cabo pela homónima Raquel (Brinca), correu maravilhosamente. Bom... quer dizer, a bebé tinha dormido a noite toda (com 13 dias de vida, é para que vejam o que são pais com sorte) e por isso estava um nadinha mais desperta do que seria de esperar mas... a nossa fotógrafa é um talento raro e consegue fazer magia com estes pequenos bebés. De maneira que o resultado está, como seria de esperar... um sonho!

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Raquel chegou ao mundo às 4h50 da manhã de dia 23 de Fevereiro. Pesava 4 quilos, media 50 cm e quando chorou, dando ao mundo conta da sua chegada, os pais sentiram aquela emoção costumeira, apesar de não terem chorado com ela. Afinal, já levavam dois filhos de avanço. E se é verdade que o amor não se divide, antes se multiplica, também não é menos certo que há amores que, ao chegarem, já nos apanham menos desprevenidos no que à brutalidade dos sentimentos diz respeito, e que, por isso, nos deixam menos permeáveis à lágrima.

Débora e Fábio conheceram-se no Instituto Superior Técnico. Bichos raros (para quem é de letras, claro está), ambos estudantes de Matemática Aplicada. Número puxa número, cálculo arrasta cálculo e às duas por três estavam a medir o quanto gostavam um do outro e a fazer contas à vida para juntar os trapinhos. O namoro começou em 2009, o casamento aconteceu em 2013. "Ele foi o meu primeiro namorado, é o homem da minha vida". Uma coisa é certa: podem ser da área dos números mas sabem bem verbalizar estas coisas do amor.

Passados meses, Débora engravidou. E em 2014 nasceu o Pedro. Foi um sarilho. A gravidez, que tinha corrido tão bem, desaguou num parto por cesariana. A mãe, que sonhara com um parto natural, sentiu-se defraudada, frustrada, tristíssima. Quando o bebé saiu, quem chorou foi o pai, de emoção. A mãe, de tão drogada e zangada por não ter conseguido o parto com que sempre sonhara, guardou as lágrimas para mais tarde. E se elas vireram! Se juntarmos à frustração do parto a vertigem das hormonas e uma subida de leite intensa, temos então um caldo explosivo: choro, choro e mais choro. 

Passado um mês, tudo começou a voltar ao lugar: hormonas, mamas, costura da cirurgia, amargura do parto sonhado que não aconteceu, bebé a crescer. A vida a voltar ao lugar, a resolver-se. O tempo a curar tudo. 

Débora, porém, não perdoou aquele nascimento que lhe trocou as contas (e quem é de números gosta pouco cá de contas que não dão certo) e, por isso, procurou outro médico. Queria saber se poderia vir a ter um parto natural, apesar de ter tido um primeiro parto por cesariana. O obstetra João Mendes, dos Lusíadas, tranquilizou-a. Que sim, que podia, que nada indicava que tivesse de voltar a passar por uma cesariana. E, assim carregados de optimismo e serenidade, engravidaram novamente. 

O André veio cumprir esse desejo brutal da mãe, de ver um filho nascer de forma natural, com a sua ajuda, com a sua força e esforço, num trabalho de equipa que existe desde que o mundo é mundo, sem ter os braços presos e um bisturi a rasgar-lhe a barriga. Levou a noite inteira em trabalho de parto, das 18h às 6h da manhã do dia seguinte, e quando nasceu Débora chorou como uma criança. Era a expiação do desapontamento anterior, a alegria da conquista, a gratidão. Chorou, agradecida, e aliviada por ter conseguido cumprir um sonho. O André nasceu com 4,300kg, mas nem isso lhe tornou o momento pesaroso. Foi só felicidade e leveza.

Compreende-se agora que o nascimento de Raquel, dois anos depois do nascimendo do André (e quatro anos após o nascimendo do Pedro), já não tenha trazido lágrimas, apesar de não ter sido menor a emoção da sua chegada à família. Débora sempre tinha querido ter uma menina e eis que, uma vez mais, o destino se encarregou de lhe fazer a vontade. A sua menina, tão querida, já faz parte da família. Os irmãos estão derretidos com ela, querem pegar, embalar, dar beijinhos. A Raquel acabou de nascer e por isso ainda não sabe, mas vai viver num caldo de amor. E talvez não seja o último ingrediente deste caldo. Débora, a mãe, é a mais velha de 10 irmãos. Sempre gostou de famílias grandes e, por isso, não fecha a porta a mais filhos. Claro que será preciso pesar os prós e os contras. Medir tudo, fazer contas à vida. Mas, como já vimos, a matemática nunca foi um problema para este casal. E, na verdade, o amor tem o condão de superar a rigidez dos números.

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BEBÉS NASCIDOS EM MARÇO... É A VOSSA VEZ DE PARTICIPAREM NESTE PASSATEMPO.

Como a sessão fotográfica deve ser feita até 15 dias depois do nascimento (idealmente), e como a Raquel nasceu a 23 de Fevereiro, desta vez vamos privilegiar os bebés nascidos na primeira quinzena de Março. Quem está por aí com bebés nascidos nos últimos dias? Inscrevam-se para sonia.morais.santos@gmail.com. A escolha será feita por random.

Não sei o que vos parece mas por mim estou a adorar esta parceria com a Galp, em que vos vamos mostrar estas obras de arte com bebés de cada mês, bem como a breve história familiar de cada um. 

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