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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Este é um post sobre vaidade. Mas também é sobre esforço e recompensa (e assim fica mais perdoável)

No Instagram, que é lugar mais de fotos do que de palavras, tenho feito alguns (pequenos) exercícios de vaidade. Não é coisa de que me orgulhe lá muito, esta vaidadezinha de me sentir bem comigo e de partilhar fotografias que fazem com que as pessoas, simpaticamente, teçam elogios que me fazem sentir ainda melhor. Mas sou humana. E se antes me escondia muitas vezes atrás das palavras, ou de outras fotografias, ou de imagens só de rosto (nunca me senti mal com a minha cara), agora que o meu corpo já não é um estorvo, também compreendo (e perdoo) que me sinta com vontade de o mostrar (com conta, peso e medida, vá).

Tal como disse no Instagram, continuo a achar que o recheio conta mais do que o invólucro (e por isso cuidei do recheio antes de cuidar do invólucro), mas a verdade é que se a embalagem não tivesse importância, as marcas de bons produtos não gastavam balúrdios a torná-las bonitas (bastava-lhes terem bons produtos). 

Tenho de agradecer - de novo (e sempre) - à Up Clinic e ao Dr. Tiago Baptista Fernandes pelo excelente trabalhinho que aqui fizeram (e que paguei, mas não há nada na lei que nos impeça de elogiar aquilo por que pagamos 😅). Para quem chegou agora e não sabe de que trabalho estou a falar, trata-se de uma abdominoplastia. Sempre lutei contra quilos a mais mas, mesmo quando estava mais magra e a treinar como uma doida para maratonas, sempre tive uma barriga que não me largava. Às vezes nem me apetecia cuidar de mim porque por mais que fizesse, aquela bola dependurada não saía nem por nada. Quatro cesarianas não ajudaram e havia ali um excesso de pele que só podia ser corrigido com corte e costura. Os músculos estavam afastados e voltaram a estar juntos (foram reposicionados na cirurgia) e, de repente, tudo fez sentido. Depois, foi preciso comer com juízo (vai ser preciso fazê-lo a vida toda) e fazer exercício (idem) para que tudo ficasse a condizer. 

Agora vem o mais difícil: manter. Uma pessoa que gosta de comer e que tem um metabolismo lerdo sabe que isto é um full-time job. Todos nós já vimos (no meu caso bastou mesmo ver-me a mim própria) casos de emagrecimentos espectaculares que desembocaram em engordas igualmente impressionantes. Para muitas pessoas pode não ter importância nenhuma, pode até ter-se revelado libertador deixar de lado a pressão do corpo. Para mim não. Nunca foi e sei que nunca será, mesmo quando for velhota hei-de querer ser mais magra que gorda, aposto. Ainda que isso signifique não enfardar tudo o que me apeteça. Porque, já se sabe, temos sempre de fazer escolhas: se gastar a massa toda em roupa, não vou poder viajar. Se comprar uma casa nova, não vou poder ir jantar fora tantas vezes. O mesmo com a comida: se comer tudo o que me apetece, não vou poder sentir-me bem com o meu corpo. São opções. Infelizmente, não podemos ter tudo (excepto aquelas mulas que podem aspirar tudo o que lhes passa pela cabeça e mantêm o corpinho impecável - odeio-vos). A verdade é que seria agora uma tristeza se escangalhasse tudo. 

Bom, prometo não vos aborrecer muito com esta vaidadezinha que até vos pode parecer fútil mas que, por vir de um problema tão mais denso, acaba por ser mais profunda do que parece. Tenham lá alguma paciência que isto ainda é tudo muito novo para mim (e requereu - e requer - uma boa dose de esforço e sacrifício).

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